quinta-feira, 30 de outubro de 2008

e é isto





de modo que andamos nisto...

- ele é um insistir e insistir e insistir que feche a porta do frigorifico e que pare de tirar de lá as coisas

- repetir vezes sem conta que arrume os livros, os brinquedos, as panelas, etc, etc...

- esganiçarmo-nos (isto existe???) a cantar-lhe os parabéns - coisinha que ele pede dezenas de vezes por dia. quando não fica satisfeito com a versão do pai pede à mãe. e não estamos com ele o dia todo... (suspiro)

- gritar-lhe (sim que às tantas já não há paciência para o chorrilho de asneiras) que saia da casa de banho, que pare de espalhar água, de encher a sanita com papel higinénico e o diabo a 4

e pronto andamos nisto...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

in the jungle...



isto tem que passar vezes e vezes sem conta. diz ele que o cão (ãoão) é doido mas quem fica doido a vê-los sei eu quem é...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

e sem pré-aviso

chegou o frio.

semeei coentros mas ainda estão muito pequeninos. as lesmas, ou caracois ou lá o que é estão a comer as folhas da minha erva-luisa. assim não há infusões para ninguém!

temos em casa um miudo que adora chá (para ele é só infusões...). sai ao pai...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

dia de





pequenas (mas numerosas) tarefas para fazer em casa.
a mudança da hora baralhou um bocado as coisas...

mesmo assim ainda deu para dar uma passeio no campo já mesmo ao final da tarde e deu para sujar bastante roupa, tenis, mãos e tudo e tudo...

( ele e eu gostamos dos geox)

sábado, 25 de outubro de 2008

dia de







esta semana ganhou umas quantas mazelas. primeiro arranhou-se na cara. depois caiu na pedra de lareia. e na sexta trazia mais um arranhão quando voltou da escola.

erva-do-caril.suculentas.e as flores da época.
no sótão, enquanto o pai arquivava umas coisas ele também fez uns trabalhinhos...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

daqui a nada

é natal!!!!!!!!!!

Quando digo ao João "qualquer dia vamos comprar uma árvore graaaaaande"
ele alinha logo e começa a falar na "fuz..." e a piscar com as mãos (sim é possível piscar com as mãos. é só abrir e fechar com os dedos juntos. áh, áh!)
e eu continuo "depois pomos lá os ursinhos e os anjinhos, as bolas, o pai natal ...

post de cheiros IV

Ainda trago nas mãos um cheiro forte de caril...

tudo porque estive a mudar uma erva-do-caril para um vaso maior.

post de cheiros III

Agora cheira a terra.
Terra revolvida pelos tractores enormes que se vêem por aqui. Faço km e km e é sempre o mesmo cheiro. O da terra que se prepara para adormecer durante o frio.
E o mosaico de cores é fabuloso nas suas variações entre um castanho escuro (quase chocolate), o vermelho barro, o dourado....

Hoje, deparei-me com um destes na estrada (um tractor). Abrandei, dada a imposição do traço contínuo. Tive tempo de observar o condutor, largo de costas, com aspecto forte e pesado e ...com óculos de sol. Um minuto depois fez-me sinal para passar. Feita a manobra de ultrapassagem acenei-lhe para lhe agradecer. E ele, já mais pequenino no meu retrovisor, levantou-me um braço descontraído e despediu-se. Que delícia!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ele e os livros











Arrisco-me a dizer que gosta mais dos livros do que de qualquer brinquedo. Que vai sempre para a cama com um ou dois e não adormece enquanto não lemos uma história.
Também gosta que lhe contemos histórias que não estão escritas em lado nenhum. Inventei uma sobre "como o João fez uma bela sopa" e pede-me que a conte vezes seguidas.
Isso e pedir não, insistir!, que lhe cantem. Em alguns dias, quando chegamos à escola, a educadora dele comenta connosco que lhe doi a garganta de tanto cantar: está sempre a pedir-lhe. Gosta particularmente dos parabéns e também de canções de Natal.Porém qualquer uma lhe serve.Como temos sempre cd's dele nos carros acontece-me tantas, tantas vezes que eles continuam a tocar mesmo quando o miudo já não está no carro! E eu faço coro! (figurinhas...)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

os miudos



Olha Dores como o teu príncipe toma conta do meu. Andou sempre atrás dele tentando por tudo que ele não mexesse, não tocasse, não virasse as coisas para cima dele. E entre essa tarefa inglória e a responsabilidade que o Caeiros lhe deu "tens que ensinar umas palavras novas ao João!" e as solicitações daqui e dali "então e as raparigas da tua nova escola?" não teve mãos a medir. Acredito que tenha chegado a casa estafado.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

carta de uma mãe ao 1º ministro

Gostava de citar isto como deve ser. Chegou-me, via email, pela Celina - outra mãe igualmente preocupada e atenta. Mas não quero perder a oportunidade de transcrever este texto tão oportuno para aqui. Subscrevo cada linha claro.

"Sr. Eng.º José Sócrates,

Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por
Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto
ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de
primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.

Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas
penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o
ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei
em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz
bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio
e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).

Gostaria de começar por lhe falar do "Magalhães". Não sobre os erros
ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter
recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da
inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor
engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de
e-escolinha.

O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a
tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia
dos factos associados ao projecto "Magalhães":

. No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na
televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o
portátil Magalhães.

. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz
na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas
quatro linhas de texto informando que o "Magalhães" é um projecto do
Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar
entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com
espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação,
escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com
uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o "Magalhães".

. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho
traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita,
no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros
"Magalhães" na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação
respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais
papéis, traz um "Magalhães" debaixo do braço.

Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis
em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos
sobre a futura utilização e utilidade do "Magalhães". Às perguntas que
colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder.
Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo
pensou para o "Magalhães"? Que planos tem para o integrar nas aulas?
Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que
50 euros talvez sejam pouco para se gastar numa ferramenta de
trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se
gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a
concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma
manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do
qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum.
Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as
escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais
aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e
ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto
chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus!
Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas
iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a
seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino
assente em medidas gratuitas.

Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com
Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da
nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela
miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua
professora de matemática e o seu professor de português. As imagens
sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por
contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática
escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina,
rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os
pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz
espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de
matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor
de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os
princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é
maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor,
então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se
o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da
emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via.
Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na
aula de português sorriam, entusiasmados.

Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com
emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha
vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive
das emoções, mas onde o rigor é "obstinado", como dizem os poetas. Eu
já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois
lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a
disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que
para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os
erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética
não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o
que faltava, senhor engenheiro!

Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas
esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos
mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo,
senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor
engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está
a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar
as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma
geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca
desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao
nível da mediocridade.

Mas, por falar em Velho do Restelo...

... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura
Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo
d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em
causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é
algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco
habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem
questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de
gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta
bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão
distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês
de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava
a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do
discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito
de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as
suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda
hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio
de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia,
espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20
anos.

Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra,
mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que
perfeita e inequívoca imagem eles compõem:

"Estavas, linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo doce fruito,

Naquele engano d'alma ledo e cego,

Que a fortuna não deixa durar muito (...)"

Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue
ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto
branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos
pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer
bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no
leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam
às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade,
à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E
agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre
ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo?
Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade
arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro,
é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa
História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O
que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho
do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a
diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda
muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos
conteúdos programáticos por "alegado teor pornográfico" e o de Inês de
Castro igualmente, por "incitamento ao adultério e ao desrespeito pela
autoridade".

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do "lápis" azul?

E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e
da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta
emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor
engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua
concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de
capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de
rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão
uma carga infinita de disciplina e rigor?

Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu
filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo
e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também
não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram
a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a
sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma
desonestidade acolá.

Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e
das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você
participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado
do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal
fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar
árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora,
mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e
a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.

Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me
refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de
que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a
sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da
escola. O resto é comigo.

Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos
pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a
escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o
meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as
redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola
é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.
Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a
escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e
rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem
disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu
carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem
cumprido muito mal esse papel.

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que
a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e
com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E
não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos
da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas
isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o
Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que
andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três
irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma
coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu
tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas,
curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado
pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente
e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos
reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das
ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro
ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade,
senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais
que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a
estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem
sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido
para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí.
Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com
dificuldade em resolver este sistema de três equações a três
incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com
a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever
o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é
perfeitamente suficiente...

Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da
sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de
quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos
professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja
real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta
uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar
por estúpida.

Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais
desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala,
tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de
ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste
Portugal é apenas "os meus sentidos pêsames".

Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é
que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à
vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu
assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da
política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto
da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é
conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente,
com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos
e escrevem obscenidades.

Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está
prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah...
espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há
castigos...

Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir
"senhor engenheiro para cá", "senhor engenheiro para lá". É que o meu
marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus
E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só
por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho
dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma
estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no
esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

"A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? "

Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da
República Portuguesa,

Uma mãe preocupada
"


adenda: afinal já é possível acrescentar a fonte destas sábias palavras: http://maepreocupada.blogspot.com/

domingo, 19 de outubro de 2008

outonal

Hoje foi dia de comprar amêndoas, castanhas, nozes e figos! (daqui a pouco mais de 15 dias repetimos a dose e ainda não percebo como é que estas quantidades desaparecem em tão pouco tempo, cá em casa. Mas isso agora é outra história!).
Foi também o dia em que, finalmente deixamos o miudo andar num carrossel. Dos pequenos. Mas lá foi. Ficou tão contente que durante todo o tempo em que a volta durou riu sem parar, disse adeus a toda a gente e ainda estendeu a mão para quem lhe quis dar "cinco"!
O pior foi convencê-lo a sair e, sobretudo, explicar-lhe que também não podia andar nos outros.

Ao almoço a presença do amigo D. que tem toda a paciência do mundo para ele, do cão, e das esfregonas da casa completaram um menu muito recheado de brincadeira e mimo.

uma tarde bem passada

sábado, 18 de outubro de 2008

dos dois








chegaram a casa um pouco antes da trovoada - que estás mesmo mesmo a desabar.
aqueles raios de luz muito amarela ainda lambem as casas e os primeiros pingos já caem. soam trovões assim como se alguém andasse lá em cima, numa espécie de sótão, a arrastar as nuvens. talvez a fazer arrumações?!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

da semana

o outono chegou devagarinho. ainda não arrefeceu completamente mas já chegaram as constipações. cá por casa as nossas resistem. o miudo continua a precisar de vapores.
a novidade é que já dormiu na escola. ao colo! coitadas das amorosas que tomam conta dele.

a mim apetecem-me castanhas, marmelos, batata doce, nozes e outras coisas de inverno. apetece-me o frio, pronto!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

de vez em quando ainda é mais babyblog

depois de tanto puxar os cabelos aos outros hoje voltou para casa com duas marcas de mordidelas: uma nas costas e outra nos braços. isto terá sido a revolta dos oprimidos?!

ainda sem febre mas o gatito a ronronar no peito do miudo já se sente. a juntar à festa uma infecção no olho que não há maneira de passar. esperneia e berra como se lhe estivesse a fazer um mal terrível sempre que tento por-lhe o gel no olho.´

uma das coisas que me repetem incessantemente é "vais ver, agora que ele entrou na escola vai ficar doente muitas vezes!", está bem, pronto!, já percebi!

da adaptação à escolinha

o João não consegue dormir no infantário.
De manhã fica lindamente. Gosta das actividades. Come bem. Está tudo bem menos a sesta que ele não faz. E que lhe faz muita falta.
De modo que regressa a casa completamente estoirado. Será que ainda não se sente à vontade o suficiente para dormir? Que lhe fazem falta os mimos e as historias que lhe contamos antes de dormir? Será que?....
De modo que todos os dias é isto...no inicio da tarde conversamos com a educadora e, invariavelmente, a resposta é a mesma: "ele hoje não dormiu..."

asneira

mesmo assim tivemos cacos logo de manhã.

narizito

Hoje acordamos com um miudo muito entupido, tosse e até alguma rouquidão. Que se deve ao facto de não conseguir expelir o muco. Lá comecei os vapores...

Espero que não volte com febre...

domingo, 12 de outubro de 2008

comidinhas

ao jantar aventurei-me num risoto de cogumelos. segui a receita do jamie olivier e a coisa até estava bem encaminhada. O arroz estava mesmo no ponto: muito cremoso e os sabores tinham sido todos libertados.
Mas a tia R ligou já na parte final do processo. E como ninguém a consegue parar no meio da conversa o resultado foi um risoto meio seco.

de tarde




Já quase no final da manhã tocou o telefone do Zé. Era o carlos Júlio "- que vamos ao marmeleiro e tal e tal e vamos almoçar a S. Torpes. Não querem vir lá ter?" O Zé para mim "- Então?, Vá faz-te bem...Que sim, que já lá vamos ter"

Que sim. 100km e meia-hora de soneca do miudo depois lá chegamos. Dia bom para festejar, peixe fresquinho, copos de vinho especiais, trazidos para a mesa por uma empregada vinda algures do leste, a falar impecavelmente o português. A Dores lembra que se revelam os melhores alunos nas nossas escolas, os filhos destes emigrantes.
O mais pequeno da mesa comeu sopa e deu umas bicadas no peixe. E voltou à carga com uma fatia de tarte de requeijão que eu e o pai tínhamos pedido para nós.

No regresso dormiu mais um bocadinho e ao jantar carregou definitivamente as pilhas.

sábado, 11 de outubro de 2008

sábado de manhã

O dia amanheceu cinzento, a chuva cantada e insistente na pedra do quintal e da mesa de plástico que ainda não recolhemos. A cozinha estava fria mas alegrou-se quando o miudo me conduziu pela mão até ao frigorífico - o seu novo ponto de interesse, de onde começou imediatamente a tirar coisas: iogurtes, manteiga, pacotes de leite, nabos e tudo o mais que nem quero ver.
Fiz uma papa para ele e enquanto a misturava com o leite trouxe-me um dos seus bébés aconchegando o outro ao colo. Calhou-me o nody.
Achei que aquela chuva é boa para as minhas plantas. Por outro lado não posso estender a roupa lá fora.
Aconchegado o estômago pai e filho regressaram ao vale de lençóis e eu descobri outras coisas para fazer. Acordar lentamente, agora num silêncio que a casa reservou só para mim. Um silêncio pontuado pelas pingas da chuva e pelo barulho da máquina de café que já trabalha. Daqui a nada o cheiro do café vai percorrer o corredor e despertar-me definitivamente na sala, onde fiquei a espreitar a última revista "jardins" que comprei. Só por um bocadinho que a manhã já vai alta.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

como mudam os conceitos

Há dias parei num daqueles espaços de saúde (parafarmácia) do modelo para comprar o creme hidratante do miudo. Andava por ali a saltitar entre a uriage e os outros todos " mas-onde-raio-está-o-frasco-do-rótulo-azul-o-primeiro-leite-hidratante-que-cheira-tão-bem???", quando me cruzo com um rapaz dos seus vinte e poucos anos, que foi meu formando na formação pedagógica de formadores."olá, o que é que anda a fazer?, - estou aqui à procura do creme hidratante do miudo e você?, - olhe estou aqui com uns nervos porque não me consigo decidir por um creme para a cara, que eu uso o leite de limpeza e o tónico da uriage mas estou a pensar se mudo ou não.
- a uriage é uma boa marca. é o que uso para o miudo, - eu sei, eu sei"...blá, blá, blá (enuncia todas as qualidades da dita) e blá, blá que não é capaz de decidir naquele momento mas que volta depois. Eu não posso voltar depois que estou cheia de pressa e falta-me o tempo para coisas mais prosaicas mas essenciais assim como fazer a sopa ou pôr a roupa a lavar.
A caminho do carro ocorre-me que sempre tenho 34 aninhos em cima do lombo e uso uma marca menos xpto na minha rica carinha que o rapaz que tem vinte e poucos e bem menos chatices do que eu! E consequentemente uma pele melhor! Mas o que raio ando eu a fazer????

a assembleia provinciana

Esta assembleia da república não me representa. Esta panóplia de partidos políticos também não. Hoje só os corajosos que ousaram ir contra a disciplina de voto partidária tiveram o meu respeito. O resto é uma pandilha.
Faz algum sentido que um país permita que alguns dos seus cidadãos fiquem arredados de uns quantos direitos há muito constituídos, inscritos e consolidados? Faz algum sentido que um país permita que alguns dos seus cidadãos sejam desrespeitados desta forma? Mas que porra é esta?

sexta-feira

passa a ser dia de ginástica-e-de-fato-de-treino-e-ténis-na escolinha! Deixa lá ver se não me esqueço.

veneno no prato? (parte II)

Regras básicas para combater os malefícios dos aditivos - já que não nos podemos livrar completamente deles:

- Obviamente escolher os produtos com menos aditivos - para o que se deve verificar a rotulagem

- borrifarmo-nos para a publicidade

- escolher alimentos simples (pouco transformados)

- evitar as tais refeições preparadas

- optar pelos vinhos tintos (que têm menos sulfitos)

- evitar produtos com cores muito vivas (que podem ter muitos corantes)

- evitar os alimentos muito aromatizados

em suma: reaprender a comprar, a comer, a saborear os alimentos mais simples.


Mais uma vez esta é informação do livro referido anteriormente.
Claro que são coisas que todos sabemos mas que, na maior parte das vezes, nos esquecemos de lembrar na hora H.

veneno no prato?

Há uns tempos a Deco ofereceu-nos um livro - tipo prenda fidelidade, que tem o nome sugestivo de "Veneno no seu prato? - Utilidades e riscos dos aditivos alimentares".


Fiquei assim a saber que:" aditivo alimentar é uma substância com ou sem valor nutritivo adicionada intencionalmente durante o processo de fabrico, transformação, preparação, tratamento acondicionamento, transporte ou armazenamento de um produto alimentar. (...)
Tem uma função tecnológica ou organoléptica (...). Noutros termos, os aditivos são substãncias adficionadas a um produto alimentar para lhe melhorarem determinadas caracter´siticas, como a cor, o sabor, a durabilidade ou a consistência. (...)
Raras vezes têm valor nutritivo. (...)
Alguns aditivos são úteis. Por ex. os nitritos são agentes conservantes que actuam contra bactérias que podem produzir toxinas mortais, (...). Regra geral, o uso de corantes e de intensificadores de sabor é inaceitável, porque são inúteis e quase sempre enganosos.

Em geral a função principal de cada aditivo pode ser identificada pelo primeiro algarismo do código (que o identifica segundo legislação europeia)
E1--- Corantes
E2--- Conservantes
E3--- Antioxidantes
E4--- Emulsionantes, estabilizantes, espessantes e gelificantes
E5--- Antiaglomerantes+acidos, bases e sais
E620 a E625 Intensificadores de sabor
E901 a E904 Agentes de revestimento
E950 a E967 Edulcorantes"
(informação citada do livro referido)


O livro está organizado em fichas que identificam cada aditivo, utilização, família ou tipo, utilização mais frequente e risco para a saúde. Depois de percorrer todo o livro fiquei indecisa. Sem dúvida que esta informação é utilíssima mas como usá-la em nosso proveito? Eu não consigo decorar 200 páginas de E's e ter toda esta informação presente quando vou às compras.
Claro que depois de o colocar na cozinha, junto aos livros e revistas de receitas posso consultá-lo de vez em quando para verificar um ou outro ingrediente do rótulo mas não chega.

Bem assim decidi ter em conta que os alimentos com mais aditivos estão, regra geral, nestas categorias: produtos de confeitaria, aperitivos, refrigerantes, bebidas alcoólicas, sobremesas, molhos, charcutaria, ovas de peixe e delícias do mar, pastilhas, produtos de pastelaria e padaria fina, xaropes, gelados, produtos para decoração e revestimento, condimentos, sopas e molhos desidratados, refeições preparadas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

da série cactos e cª.





No nosso novo terraço vermelho moram cactos, suculentas, aromáticas e outras verdes de que irei dando conta. Vez em quando também aparece por lá uma espécie rara (nas fotografias) cujo nome ainda não sei bem.

Cá em casa estamos todos constipados.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

asneira

Andava a passear-se com a minha mala pela cozinha. "- Vai por a mala onde estava, s.f.v.!" e ele nada. ria-se muito. carregava com ela para aqui e para ali. até que se aproximou do fogão. onde ainda estava uma panela com um resto de caldo de peixe que sobrou do jantar. Puxou-a e derramou o líquido em cima dele e dentro da minha mala! carteira de documentos, caixa dos óculos, chaves, tudo a cheirar a peixe!
a ele levei-o à pressão para a casa de banho e tive que o mudar da cabeça aos pés. meti-o na cama e deixei-o lá. ainda não adormeceu. está cheio de energia e provavelmente a sonhar com a próxima asneira.
eu hoje tive cá uma vontadinha de lhe dar umas palmadas a sério!

a interioridade paga-se

Na PROTESTE de Setembro saiu um estudo sobre as compras para casa, comparando preços, cadeias e alternativas de cabazes.
Comprova-se o que já se sabia: que a interioridade em Portugal se paga caro. A sul estão os preços mais altos. Que, globalmente, o intermarché é a cadeia mais barata e que os preços mais em conta estão no norte e centro.

Notas importantes em termos de arrumação da loja:

- os produtos arrumados à altura da cabeça ou mais altos são os mais rentáveis para a loja.
- Os produtos que se situam na direcção dos nossos olhos são, regra geral mais caros, mas provocam a compra por impulso.
- Aqueles que estão situados à altura das mãos têm muita procura
- Ao nível do chão estão, naturalmente, os pesados, embalagens grandes que compensam mais.

a Deco aconselha: cosultar a informação sobre lojas e cabazes na zona onde se vive porque pode compensar bastante em termos de orçamento familiar.

das minhas plantas


Esta begónia cresce desalmadamente. No início da Primavera podei-a severamente mas, chegada ao fim do verão está outra vez enorme.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

passeios


dia longo

eu hoje deitei-me às 4 da manhã. e acordei às 8 que o madrugador não dá abébias a ninguém. levei-o à escola um nico depois das 10 e ouvi a educadora dizer-me que "o João está atrasado" com ar de quem me apanhou em falta.
segui para um meeting de trabalho. bebi café para me manter acordada.
depois fui almoçar a um restaurante vegetariano que é uma maravilha. ao meio-dia que é coisa que detesto. fiz mais uns quantos km e dei umas horas de formação. bebi mais café. voltei a fazer muitos km para uma sessão de recrutamento, com entrevistas e tudo! quando olhei para o relógio era já um bocadito tarde. ao telefone soube que o pequenote devorou o jantar (e repetiu o empadão de mandioca e carne picada!) e fiz mais uns km para casa na expectativa de o encontrar acordado. e estava. depois caiu redondo de sono e eu agora ainda bebo um último café mas só já pelo prazer.

domingo, 5 de outubro de 2008

as prendas deste outono molengão

Muito soro fisiológico esguichei para dentro das narinas do miudo durante o dia de hoje. Vamos ver se ficamos só por um narizito entupido.

anoitecer

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

esta voz!

http://www.youtube.com/watch?v=90uBTLM07cM

olhares

Está na moda esta coisa de ser ser muito urbana. Algo depressiva mas muito esclarecida. De ler revistas como a Vanity, ter blog e ser até despudorada no exercício de comentar a vidinha e a intimidade. De chamar as outras todas invejosas, maníacas, vazias de outra vida que não as lides domésticas e os ranhos dos filhos, acomodadas nas gorduras e nos casamentos falhados. Está na moda copiar o estilo das meninas do sexo e a cidade. De falar sempre mal dos portugas e do que por cá se faz.
E eu até lhes acho uma certa graça. Mas só isso. Como qualquer outra moda aquilo é coisa que passa.

da série post's de cheiros

Outra particularidade desta altura é o cheiro a fumo que pulveriza alguns sítios por onde passo.Primeiro o cheiro intenso do fumo e da lenha que arde e depois...a nuvem de fumo que se espraia. São os fornos de cal e de carvão, tradicionais; construções de terra e tijolo burro onde se amontoa um montão de lenha, que se deixa a arder devagarinho para fazer o carvão que depois usamos nas churrasqueiras.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

da escola

Corre bem esta fase lenta de adaptação. Hoje aprendeu que não se puxa os cabelos dos meninos. Não apenas porque a educadora se zangou com ele mas porque os outros começaram a defender-se.
Um dia destes terá que aprender que também não se morde nos outros quando se é contrariado.
Esta vida é um ferro...

o inicio da série de post's de cheiros

Hoje a meio da tarde: vários km para percorrer e um calor suportável a anunciar a despedida do verão. E o cheiro do funcho que cresce à vontade nas bermas das nossas estradas. Este cheiro anisado que é uma delicia. Faz-me lembrar as aulas de preparação para o parto quando me foi revelado que o chá de funcho é indicado para atenuar as cólicas do bébé. A ideia de que o chá era melhor do que as célebres gotinhas corderosa deixava-me então maravilhada. Felizmente não precisamos de recorrer ao milagre.
Mas eu uso funcho para temperar peixe e adoro!E sementes de funcho para outras coisas, nomeadamente legumes.