sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Boas Entradas!





Votos de um Bom Ano para todos!

(eu estou grata por este)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

não faço balanços

é a semana de fim de ano mais atípica: o pequeno está com varicela. de modo que estamos de resguardo.
comemoramos o natal com metade da família a tempo e horas e agora comemoramos com a outra metade já a meio da semana. assim, pelo menos, há sempre uma desculpa para mais uns petiscos. viemos do frio da beira alta onde a minha boca gretou como há anos não acontecia.

nunca como este ano me atrasei tanto com as prendas e as compras. o resultado é que saiu tudo meio "atrapalhado" ainda que com as melhores intenções.

ainda este ano fazemos a escritura da nova casa. mudar de terra e de casa é a empreitada para os próximos tempos.

não conseguimos arranjar um labrador/golden retriever para o pequeno que passou as últimas semanas a pedir um cão. isto deixou-me um tanto frustrada mas lá lhe contei que o pai natal não se esqueceu, o cachorro é que ainda é muito pequeno e está na barriga da mãe dele. logo vem.
alguém que tenha, que conheça uma ninhada destes cachorros, pleeaase?



na semana passada fiz uma lista enooooooooooooorme de coisas a fazer até final do ano e, a verdade, é que ainda nem vou a meio.

no meio de tudo isto chegam-me notícias contraditórias (ou talvez nem tanto) sobre este Portugal cada vez mais estranho: de repetente toda a gente percebeu que há pobres neste país e isto é assunto que alimenta notícias, reportagens, artigos de opinião, discursatas de políticos. desgraçados que até o direito à paz perderam!
mas este é também o ano em que mais milhões de euros circularam (quer por pagamento automático quer através de levantamento) durante a quadra natalícia. em que ficamos?!

o target essa incognita

fui ao sítio do costume enchi um carrinho de compras (quase tudo bens de primeira necessidade) e a conta não foi assim muito assustadora. é por isso que gosto de lá ir.
depois dei um salto ao outro sitio das coisas baratas (supostamente para ir só comprar papel higiénico e assim) e desgracei-me em produtos gourmet. ora...francamente!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS



Que este seja um tempo de (re)encontros. De partilha. De entrega. Um tempo para sorrir. Para uma conversa demorada junto à lareira. Um tempo para comer coisas boas, sem culpas. Um tempo de ofertar. Um tempo de ternura e de carinhos mesmo no meio das tempestades que nos assolam....
UM TEMPO DE ESTAR!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

cenas reais

bebericava um café sozinha quando ouvi isto:
- vou fazer umas ameixas platinadas!
- tu nã sabes falar, ai valha-te deus. É medeixas, melher!

juro que é real!

domingo, 19 de dezembro de 2010

anjos no natal

que bonito este texto. eu não sei ainda se acredito mas conforta-me muito descobri-los nas palavras dos outros. bem-haja!

para janeiro

já que vamos repetir aquele ritual de por a cruzinha num boletim de voto - e chamar-lhe o nosso dever cumprido de participar na construção da democracia, não valerá a pena apresentar um cartão vermelho a esta múmia que se diz presidente?

em directo

assisti, incredula, à troca de galhardetes entre socrates e cavaco a propósito dos pobres e da pobreza.
o despudor e a insensibilidade chegam para tudo?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Andei alguns dias a pensar no que escreveria sobre o mais recente prémio Nobel da paz, a cadeira vazia, as tentativas de vedar a entrada de informação num país, as faltas vergonhosas na cerimónia de entrega entre as quais a de Ramos Horta (que me chocou profundamente) e mais umas quantas coisas.
Não atinava com o tom. Até que li este texto no delitodeopinião e descansei.

domingo, 5 de dezembro de 2010

imagens avulsas











Ideias possíveis para este natal
(com uma ajudinha da net e dos sítios dedicados à decoração.)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

diz que estamos às portas de Dezembro.

o pinheiro já brilha e o presépio acolhe as figuras tradicionais e as não tradicionais (os brinquedos da quinta), no fim de semana passado já saiu a primeira dose de rabanadas. não há uma unica prenda comprada. as notícias que nos chegam do país ainda não chegam para manchar esta quadra - que continua a ser a minha preferida de todas as que o ano conta.
hoje fiquei em casa com o pequeno - que se debate com mais uma crise respiratória. mas, como nem tudo se resume a ventilans e soros fisiológicos, aproveitamos as brincadeiras e a casa quentinha. uns raios de sol teimosos furaram as nuvens negras e entram pela janela. que linda a luz de inverno!

sábado, 20 de novembro de 2010

amigos de 4 patas


estou convencida que uma família não está completa sem uma pequena bola de pelo.
não sei se ainda será até ao final deste ano mas teremos que encontrar um Tobias preto ou chocolate.
Tobias é o nome que o João já lhe deu.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

um corropio

O cara metade foi à faca e agora diz que está de ferias e que vai por o sono em dia, a leitura em dia, a conversa em dia, eu sei lá. ele é um ror de coisinhas para por em dia que uma pessoa fica a pensar como vai ele fazer isto tudo, deitado numa cama de hospital e limitado por todos aqueles tubinhos. mas os homens têm lá as suas coisas. pode ser que consiga mesmo.

já eu não consigo fazer nem metade do que planeio, todos os dias, até à exaustão. adiei uma data de coisas, corro para levar o pequeno, corro para o ir buscar, para o deixar um bocadinho aqui com uma tia, enquanto vou acoli fazer uma ninharia. chego atrasada. depois é outra vez tarde e corro novamente para ir buscar a criança. regressamos os dois a casa entre umas coisas e outras, entre sacos e saquinhos. que a vida é tão mais fácil contigo, não tenho dúvidas nenhumas, vê mas é se deixas de pôr essas coisas todas em dia e se voltas para casa que nós, o pequeno e eu, sentimos-te a falta!

sábado, 6 de novembro de 2010

lindas!












vou querer umas destas!








anjinhos de Natal

e porque não? esta é uma ideia possível para este Natal.
o pedido de anjinhos (crianças que vão receber o nosso presente) deve ser feito para este email: fiosoltos@gmail.com

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

feira dos santos


velharias na feira e numa tarde de sol.

sábado, 30 de outubro de 2010

trapos & assim


e pronto lá dou por mim a detestar - mais uma vez, as tendências para ou da (?) época. embirro à seria com os botins, acho aquelas botas peludas o cúmulo do mau gosto e não me sinto minimamente inspirada por aquelas botas que galgam o joelho.


as marcas portuguesas salvam o inverno e nunca é de mais divulgar o que me parece ser um trabalho de bom gosto:


da FLY (gostava mais sem as fivelas)











e da DKODE


gosto dos 3 pares. não sei porquê mas dou por mim a escolher sempre castanho.

quase a terminar o mês

foi numa destas manhãs, em tudo igual a todas as manhãs das últimas semanas que saímos, eu sozinha num carro e eles os dois no outro, rumo a destinos diferentes ainda que todos atrasados, (mentira que o pequeno ainda não tem estas limitações) que o ouvi assim à queima-roupa:
- se isto é assim agora não sei como vamos ter tempo para cuidar das batatas!
- quais batatas?!, arfei, pensando lá no intimo que a coisa estava bem pior do que parecia. pois se nem me lembrava das batatas...
- as batatas quer dizer, a horta, o jardim da casa nova!
não sei se praguejei. se fosse agora tinha dito a asneira mais cabeluda que me tivesse ocorrido que isto de as manhãs encolherem quando mais precisamos delas não é coisa que se faça a ninguém.

bem, a propósito de coisa nenhuma: fica aqui a nota, para me lembrar lá mais para a frente, que foi neste dia que Socrates e Paços Coelho finalmente fizeram o que tinha que ser feito. neste dia ficamos a saber que vai haver orçamento e que os putos mimados lá chegaram a acordo. que coisa triste quando os lideres que nos governam colocam a negociata partidária acima dos interesses do país.
quando é que nos decidiremos a ser mais exigentes com toda esta gente que elegemos de 4 em 4 anos?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010


é quando começam a escapar-se-nos do colo que precisamos de resistir à tentação de lhes fechar os braços em volta. é preciso deixá-los ir. mesmo que isso nos doa por dentro.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ventilan&Cª

Cá em casa somos utentes do Serviço Nacional de Saúde. Se tem problemas de funcionamento? Tem sim senhora. Se tem falta de médicos? Tem. Se tem, ou não tem, resposta a todas as solicitações dos nossos presados concidadãos? Acredito que sim. Nós não temos razão de queixa.
E acredito piamente que deixar cair o SNS será um tremendo disparate que as gerações vindouras pagarão indefinidamente. Mas os nossos partidos políticos gostam de o usar como arma de arremeço.

Ontem, depois de uma consulta na urgência pediatrica, da qual regressamos já perto da meia noite, constatei (outra vez) que há serviço publico de muita qualidade. Há profissionais dedicados, competentes e comprometidos com a causa. A medica do nosso pequeno-mais-que-tudo é uma dessas.
Tem mau feitio, é verdade. Mas ouviu, auscultou, revirou, despiu, espreitou, palpou, acompanhou-o nos aerossóis, foi com ele lavar as mãos, despediu-se dele à porta pedindo-lhe um abraço que o reguila não quis retribuir. Para meu desconsolo.

De modo que, nas andanças do dia-a-dia, as querelas em que os nossos lideres partidários e outros se envolvem contam muito pouco. Infelizmente. Não porque a política não seja importante. Não porque as decisões não nos afetem mas, tão simplesmente, porque aquela gente vive numa outra realidade que não é a da maioria dos portugueses. Decide os destinos da saude sem passar um serão numa urgência pediatrica. E isto meus senhores, isto assim não vai lá!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O final do ano apressa-se em passadas largas e dias demasiado preenchidos.

De vez em quando um pormenor faz-me descer à terra: é preciso repor o stock de calças para o mais pequeno (que as que tem vão ficando curtas), comprar botas, camisolas quentinhas. É preciso que nos preparemos para o inverno, que estejamos disponíveis - que a estação fria é exigente cá em casa.



Neste fim-de-semana fizemos marmelada e geleia. Vasculhei na minha memória à procura de um certo modo de fazer a geleia. Não tinha bem a certeza mas, no final da noite tive uma surpresa de cor vermelho-escuro, doce e gelatinosa. Uma ma-ra-vi-lha! Tal e qual como me lembrava dela!
E fiquei retemperada para mais uma semana de doidos que aí vem.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

palmas para a diplomacia portuguesa

que assegurou um lugar (não permanente) no Conselho de Segurança da ONU. recordemos que, na corrida, também estavam o Canadá e a Alemanha.

La stupenda

Que os druídas a acompanhem

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Tia Julia

Que nobel bem entregue pá. Acontece-me a feliz coincidencia de ainda ter muito para ler do que Mario Vargas Llosa escreveu mas de ter gostado imenso de tudo o que já li.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

destes dias

Tive hoje o enorme privilegio de ver um auditório cheio de jovens rebeldes levantar-se e cantar o hino! Que coisa memorável! E isto sem referir o excelente trabalho multimédia que fizeram sobre a república. Estou deveras surpreendida.

Mais coisas boas dos últimos dias: a sopa deliciosa de beldroegas e queijo fresco que a M me trouxe ao sítio onde estava a trabalhar depois de me ter ouvido comentar que gosto muito da dita. Comi de pé e tudo mas estava tão boa!

O pior é mesmo chegar a casa já depois das onze e não puder deitar o pequeno. Tenho que resistir ferozmente à tentação de o acordar e brincar um bocadinho com ele.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

publique-se!

A ameaça de uma tempestade abateu-se sobre os dias calmos desta mulher extraordinária que tenho o privilégio de conhecer. e de quem gosto muito. (e se é fácil gostar dela senhores!)

e, perante esse complot ignóbil, escuro, como escuros são os corredores de certas cátedras neste país, esta mulher permaneceu calma, vertical, crente numa saída razoável.

a história, que eu vi repetir-se algumas vezes enquanto eu própria frequentei aquela universidade, conta-se em meia dúzia de palavras: um galo novo à procura de lugar e um outro, velho e vaidoso, seguro do seu. nesta disputa só há um problema: é que normalmente as vitimas são os alunos incautos , candidatos ao reconhecimento do mérito e do valor do seu trabalho. na maioria das vezes os pobres nem se apercebem que, naquele momento, discute-se tudo menos o conteúdo da sua tese.

que esta é a historia de uma tese de mestrado, arguida por um burgesso (porque hay que tenerlos CJ!), defendida com garra pela única heroína daquele episódio académico triste e que ainda vai dar muito que falar.
a história confirma-nos isto mesmo: quem ousa ir mais além às vezes tem que se bater com a inercia, com o conservadorismo, com os corredores cinzentos dos feudos que estão, há demasiado tempo, instalados na universidade portuguesa.

e por isso hoje é importante que se diga: a sociedade civil tem o direito e o dever de saber o que se passa nas suas universidades e de questionar a sua conduta.

sábado, 2 de outubro de 2010

regressos



regressamos ao fluviario com o miudo.
descobrimos uma raia simpática que gosta de se meter com os visitantes. imagine-se que gosta de festas e tudo. a sério!!!
o restaurante não se recomenda, segundo a opinião do meu consorte, que refilou desde a 1ª garfada: os secretos que mais pareciam uma pilha de sal, as migas de espargos que tinham vinagre a mais e a carne do alguidar pouco temperada. não sei o que lhe deu.
o mês de Setembro passou a correr.
acho que nunca tinha estado tanto tempo sem dizer nada aqui no blogue. credo!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

agourar



gosto mesmo do som desta palavra: agouuuuuuuuuuuurar!





para a semana vou começar a prestar serviço num sítio onde a directora comentou que eu sou muito boa profissional e que tinham absolutamente que me ter lá. jesus!, isto não pode acabar bem! resta esclarecer que fomos colegas há já muito tempo, pois claro.

mudanças

o sinal que morava ao fundo da minha nuca desapareceu mas está lá uma cratera que nem me atrevo a espreitar. queria cortar o cabelo muito curto mas vou ter que esperar.

para celebrar

as primeiras chuvas!

hoje, quando ia buscar o miúdo já no final da tarde, ainda estava calor, mesmo à minha frente um sol brilhante teimava em passar por entre as rajadas de água que caíam "aos molhos" mas, pelo retrovisor, podia observar as nuvens escuras que se fechavam mesmo atrás de mim. um cenário incrível, uma daquelas trovoadas que aparecem e desaparecem em três tempos e nos deixam estonteadas.

domingo, 12 de setembro de 2010

tradição e modernidade




taleigos, sacos do pão, outros sacos, malas e malinhas na feira de Setembro em Moura.
há novas e antigas, utilizações para estas "velhas" peças da nossa história.
uma pena que não saibamos mais sobre elas.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

de Curitiba

Hoje ouvi uma entrevista interessantíssima na radio.
Jaime Lerner, o arquitecto, prefeito e governador, primeiro de Curitiba depois do Paraná está em Portugal. Gostava muito de ter ido ouvi-lo.
O Brasil tem legado ao mundo pensadores, ideias e projectos fantásticos ao longo da sua história. É incrível porque nem sempre olhamos para este país pelas melhores razões

Então Lerner falava de coisas simples, tão simples que a gente fica para aqui a perguntar-se porque é que elas não são óbvias para nós também. A sua ideia de cidade, de comunidade, é totalmente contra a corrente do que hoje vivemos em Portugal e no resto do mundo. Ele diz que a cidade é "uma estrutura de vida, trabalho e movimento.Tudo junto. Todas as vezes que separamos as funções da cidade não acontece coisa boa (...) É isso que a maioria das cidades está fazendo no mundo inteiro."
Ele diz que o melhor exemplo de qualidade de vida é a tartaruga. Curioso, não é?

Nesta entrevista ele falou da sua experiência na gestão das cidades, como tratou do problema do lixo, da despoluição das baías, dos parques. O homem que pagou aos pescadores quando pescavam lixo é hoje considerado um guru bastas vezes requisitado pela ONU e por outros autarcas.

Curiosamente ontem, um formando meu, disse alguma coisa parecida, quando o incentivei a falar sobre as suas preocupações com o ambiente. Ele defendeu que se as pessoas ganhassem alguma coisa, no imediato, com a sua boa acção, seriam mais comprometidas.


Portanto: preciso de encontrar rapidamente alguma coisa para ler sobre o pensamento deste homem.

em fim de época

Setembro ainda é um recomeço, a 4 meses do final do ano? Não sei bem porquê mas é sempre assim que se me apresenta.

Hoje tirei um sinal, espreitei as sapatarias - detestei os botins e procurei uma agenda para 2011. Sem sucesso.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010


A nossa ultima semana de ferias vai sofrendo o cerco dos compromissos que aguardam a partir da proxima segunda-feira.
Temos assistido ao espectaculo memoravel que e o por do sol no mar quase todos os dias.
Queria mesmo, mesmo eliminar da minha cabeça e dos meus dias as coisinhas que aguardam soluçao.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

recantos magicos




O Algarve reserva (ainda) surpresas de perder o folego. Literalmente! Estava um dia muito quente e e bem verdade que escolhemos uma hora terrivel para percorrer aquele trilho. Mas quando chegamos ao Pego Do Inferno, em Tavira, o que encontramos foi isto! Uma lagoa de agua limpida em fundo verde. Fresco, verdejante e recolhido. Toda a zona envolvente e incrivelmente bonita, povoada de arvores de fruto e, adivinha-se, arduamente trabalhada. E tudo ali, tao perto dos destinos que as massas sofregas procuram.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

ferias


a perfeição tem sabor a ameijoas e torradas, o som das gargalhadas do miúdo e a imagem de um dia muito claro e ensolarado.a perfeição e uma brisa suave que sopra na varanda, enquanto almoçamos e o mar que arrulha la ao fundo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A França, esse paradoxo

Não deixa de ser surpreendente que o país que nos legou os princípios da igualdade, fraternidade e liberdade, o país que inscreveu na história recente da Europa acontecimento extraordinários como Maio 68, o pais de Aznavour, de Piaf, de Moustaki e de Brel seja, ao mesmo tempo, aquele que tolera Sarkozy e a sua cruzada xenófoba.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

é uma pitada de muito amor



E não querem vir cá lanchar?
















nota: a receita está ali ao lado na página dos petiscos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A PT e os seus desmandos

Tocam-me à porta. Resisto à tentação de fingir que a casa está vazia e abro. À minha frente um tipo sorridente, bem parecido, ostenta um cartão da PT.

Se já sou cliente? ai sim? e desde quando? e tem problemas...?

Corto-lhe o relambório: que sim, que temos problemas e somos clientes há mais de um ano;que temos interrupções de serviço; que a internet liga só quando lhe apetece e a televisão interrompe a emissão a seu belo prazer. E sim reclamamos por telefone e seguimos as indicações que nos dão (sempre pelo telefone) mas o serviço continua pobre em qualidade.

O desfecho desta cena inacreditável foi...como a própria cena: i-n-a-c-r-e-d-i-t-a-v-e-l!

O homem desenha o seu belo sorriso e diz-me assim: " pois, se o seu meo tivesse sido colocado por mim ou por um dos meus colegas eu teria acesso aos seus dados mas assim não os tenho cá e não posso resolver problema nenhum."
E para ilustrar este descarado desinteresse da PT pelo cliente que - pensam eles - já está seguro, aconselha-me a telefonar para o número das reparações, vai lá direitinho nem passa pelo apoio ao cliente nem nada, que me entrega com ar de quem me faz o maior favor deste mundo.

Srs da PT prestem atenção à qualidade do serviço, ao apoio que devem e sublinho DEVEM!!! ao cliente! Essa coisa da fidelidade já era e, acreditem, as alternativas batem-nos à porta todos os dias!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

dourados na paisagem alentejana


documentário “BABIES”

acabei de ver, na oprah uma reportagem sobre este documentário.
não estamos de férias, ao contrário do que a pausa prolongada neste blogue possa sugerir.
entramos na última semana de trabalho antes desse tal período sagrado e a desgraçada parece interminável.

o país arde de muitas maneiras e a toda a hora nos lembram que, por aqui, o calor mata mesmo. é um espectáculo lamentável este mar de chamas que, a troco de 30 moedas, alguns se dispõem a atiçar. triste.

sábado, 7 de agosto de 2010

o gesto que falta

pode ser que muitos o considerem uma hipocrisia. eu não. é minha profunda convicção que os Estados Unidos devem um pedido de desculpas formal ao Japão pelos milhares de vitimas inocentes que lhes causaram.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

a tragédia de Hiroshima e de Nagasaki

65 anos volvidos sobre esta incomensurável tragédia humana e que sabemos nós sobre este momento triste da história da humanidade?

talvez ainda seja tempo de dedicar uns momentos de silêncio a este povo que conhecemos tão mal, de nos deixarmos tocar pelas memórias dos "hibakusha" (sobreviventes ao ataque atómico) e pela sua dor silenciosa que durou uma vida.
talvez possamos interrogar-nos acerca das razões que levaram os EUA a tomar a decisão mais drástica de sempre e a repeti-la dias depois noutra cidade, conhecendo melhor do que ninguém as consequências deste veneno.

é bom que saibamos todos do que a natureza humana é capaz. é bom que tenhamos presente quantos limites já foram rompidos, quantas vezes e de quantas maneiras a vida humana já foi violentada.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

vermelho beterraba


o pequeno cá de casa come bem vegetais, frutas ou leguminosas. sorte a minha!

prova disso é o ar deliciado com que despachou uma tigela de salada de beterraba, que tinha sobrado do almoço e que substituiu os amados iogurtes gregos que prefere para o lanche.


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

baixas

a batalha dura há muito tempo. todos os dias há baixas do lado dos homens. todos os dias familiares, amigos, conhecidos nos deixam e perecem nesta dura batalha contra o cancro que parece nunca ter fim. alguns corajosos valentes conseguem adiar-lhe a vitória por um tempo.


já vai sendo tempo de a nossa endeusada ciência mostrar o que vale.
Era uma agenda para o próximo ano s.f.v.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

avaliações

Sexta-feira é o último dia de escola desta temporada para o crianço. É verdade que já cheira a férias por todo o lado: os colegas vão de férias, metade da família desaparecida, a escola a funcionar a meio gás, os 40º que não arredam pé e esta disposição de m* que não ajuda nada a quem ainda tem que trabalhar nos próximos dias.

Preciso desesperadamente de arranjar energia extra para aguentar os próximos 15 dias, ignorar este peso nos ombros e nas pernas e a tensão, que baixa a níveis impossíveis com este ar irrespirável.

Entretanto fui parada numa operação stop e obrigada a soprar o balão; às 5 da tarde? perguntei ao GNR rechonchudo e mal disposto, que sim, que qualquer hora é boa para soprar ao balão. ai-a-minha-vida!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nos últimos dias voltei a cruzar-me com mulheres muito novas com filhos nos braços. Mulheres que foram mães aos 13, aos 15 ou 16 quando ainda eram só raparigas a querer viver a vida.
E continuam a ser raparigas a querer fazer as coisas que a idade delas recomenda - como namorar, sair com amigos, passear, beber copos, dançar e já não-sei-quê-mais, só que com um, ou dois, ou quatro (!) filhos agarrados às saias. A coisa é de tal ordem que uma tem um bebé com 20 dias e já deixou de almoçar porque "está gorda". Já não tem leite, registei.
Ando a tentar esticar os meus limites para não julgar, para não chamar a atenção, para controlar o raspanete que a toda a hora me entoa na cabeça. Em suma, para me manter tão neutra quanto possível.

Ora este exercício, sem ser novo para mim, é quase violento em especial porque envolve crianças e algumas muito pequenas. Eu não sou assistente social, não lhes pago salário e não tenho outra responsabilidade sobre elas que não seja dar-lhes formação. De modo que - prevejo, vou andar muito absorta nestes dilemas nos tempos que se aproximam.

sugestões do souto

Em Trás os Montes as curgetes chamam-se Cabaçote.

Verificação ortográfica
aqui a Rita conta como é que podem ser degustadas.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

de desgraça em desgraça

Governo encerra 701 escolas e transfere 10 mil alunos

Não é uma perfeita surpresa mas os números assustam. Depois das maternidades, dos centros de saúde, correios e outras delegações chegou a vez das escolas. Talvez pensem que podem simplesmente encerrar todo o interior e transferir uns milhares (de pessoas) para umas reservas junto à costa? Vendemos o que resta aos espanhóis que eles andam doidinhos a encher tudo de olival. mmm que tal, ó gente da minha terra?

azul


chegar ao fim da tarde quando as alminhas deste mundo já vão deixando a praia e o mar, num último esforço, duna acima.
a brisa ainda é quente e o sossego regressa pouco a pouco ao areal. não há melhor.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

pode ser da hora avançada

mas cá me arrisco e aqui deixo um desabafo:

ando deveras intrigada com o estado geral das unhas que vislumbro em mão alheia. ele é o tamanho (medonho!), os arabescos, as risquinhas, a quantidade de tons, os brilhantes e tudo o mais que se presta a decorar as ditas: um verdadeiro desfile de aberrações e mau gosto que tudo invade. e nem quero falar das cores (ai senhores as cores!). quem é que se lembrou de sugerir que o verde, o azul ou o amarelo são cores adequadas para colorir este bocado de matéria morta que trazemos nas mãos?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

a joia do caucaso


Desde sábado passado que sou responsável por uma pequena cultura de Kefir. Chegou às minhas mãos num frasquinho pequeno, cheio de água e uns granulos muito parecidos com couve-flor.

De modo que vou experimentar pela 1ª vez este produto fermentado que, pelos vistos tem imensas propiedades terapêuticas, terá a sua quota-parte de responsabilidade na longevidade de alguns povos e tem esta lógica que me encantou que é a de passar de mão em mão num gesto de oferta e de partilha. Se tudo correr bem dentro de alguns dias também já terei alguns granulos para ofertar.

Alguém se candidata?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

e para espantar esta semana que já vai longa


hoje faremos gaspacho à alentejana. já cá tenho uma reserva de tomate, pepino e carapaus pequeninos (que, aliás, detesto preparar!).
o meu reino, o meu reino por um gaspacho fresquinho!
nova abordagem ao google e constato que o gaspacho, seja lá qual for a sua origem, dá umas imagens lindíssimas de um vermelho vivo, brilhante, às vezes pontuado com um ou outro laivo das cores do pimento e do pepino.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

encontros imediatos

ontem e hoje fiz o mesmo percurso de carro, por uma estrada secundária, aí pelas 10 da noite. ontem e hoje cruzei-me com uma raposa - quase no mesmo sítio. abrandei com esperança (hoje) porque queria mirá-la bem. não me deixou claro mas ainda pude apreciar-lhe a cauda farta e alaranjada. são alaranjadas as raposas não são? acho que nunca tinha vista nenhuma ao vivo. de noite descubro sempre uma quantidade de vida que durante o dia me escapa: mochos e corujas, coelhos aos saltos - que me obrigam a desviar o carro, apagar luzes, parar no meio da estrada para que possam escapar. gatos, cobras (que odeio), ratinhos velozes a atravessar a estrada.

terça-feira, 13 de julho de 2010

não sei como mas parece que "matei" o carro no fim-de-semana. deixei-o na garagem na sexta-feira à noite e ontem, já quase em cima das sete, quando me preparava para sair de casa de portatil ao ombro e sacola no outro a desgraçada nem sinal. morta. mortinha.

levei o outro. isto de ter um cara-metade é bom, ó se é. umas horas depois percebeu-se que o coração tinha parado e precisava de umas bombadas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

coisas bonitas


de Tamar Mogendorff cujo sítio vale mesmo a pena visitar.

a novela

não sei se Sócrates esperou, alguma vez, alguma coisa de Jardim. mas sem dúvida que está

na sua natureza roer a corda quando já não lhe interessa o acordo. já tardava.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

concertos na planície

há muitos espectáculos a decorrer nesta fase e para todos os gostos e carteiras. dos festivais virados para a juventude (o que quer que isso seja), aos que se destinam a públicos mais exigentes, dos mais populares, aos que são frequentados só por convidados (como o que decorreu ontem em Alqueva, pago pela EDP) há de tudo. só por isso já me apetece dizer: viva o verão!

mas nada iguala o concerto com que as cigarras nos brindam. é uma vaga de fundo que vai aumentando o volume, às vezes parece que está por todo o lado, que uma decidiu instalar-se no nosso ouvido. é verdadeiramente avassalador. único.

a primeira vez que o ouvi ia na estrada sozinha e apanhei um susto enorme porque me convenci que era o carro que fazia aquele barulho.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

a voz do dinheiro

é um exercício bem interessante este de escutar as vozes que, ora vociferam contra o governo que, na posse de umas "acções douradas", as impediu de ganhar muito dinheiro, ora lhe rogam para que intervenha e impeça uma OPA sobre a vaca gorda.

como se dizia por aí, há uns dias, não se compreende que a defesa dos interesses espanhóis, chineses, alemães e outros se faça em casa, à custa dos nossos próprios interesses.

terça-feira, 6 de julho de 2010

ao nascer da bela aurora

acordei cedo. cedo de mais para mim mas cedi à vontade do corpo e levantei-me.

e aqui estou eu nesta desinteressante tarefa de fazer actas desde as 6 da manhã! agora vou ali para o quintal beber um café a ver se espanto de vez este torpor.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

hoje alguém comentou comigo que lá para quarta-feira chegaremos aos 45º. primeiro duvidei. mas depois do dia de hoje já tudo é possível.

bem vistas as coisas a melhor invenção de sempre deve ser o ar - condicionado não?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

quando o corpo nos trai

insónias: o corpo procurou incessantemente uma posição de conforto em que pudesse adormecer, atravessou as divisões escuras da casa, refugiou-se na emissão tardia da televisão. sem sucesso.
os barulhos da casa adormecida agigantaram-se e, com eles, a dor de cabeça. eram sete quando o sofá da sala, agora atravessada pelos carros que já estreavam a manhã na rua, lhe deu guarida. às oito acordou o mais pequeno numa explosão de energia. depois foi a sucessão habitual de tarefas realizadas mecânicamente, na tentativa de ignorar a agonia que se apoderou dos membros.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

uma nunca chega


nas memórias da minha infância há um lugar especial para as cerejas. com a chegada destas pequenas bolinhas vermelhas era tempo de subir às árvores, de comer até doer a barriga, de apanhar cestos delas e levar para casa, de as trazer penduradas nas orelhas a fazer de brincos. a minha avó tinha uma árvore destas muito grande, muito alta e trepá-la era uma aventura.
quando penso nisto invade-me uma saudade muito doce daquele tempo: do tempo de ser pequena, despreocupada, livre.
neste fim de semana a querida L trouxe-nos uma caixa de cerejas do Fundão - que dividimos com o resto da família. o verdadeiro festim é para mim já que o Zé não é um grande apreciador e o miúdo prefere "quiquis" ou seja quivis. coisas dele.
hei-de fazer clafoutis esta semana.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

mudança de ciclo





há uns tempos eu disse que o fundo da tela era em verde mas, em poucas semanas, mudou tudo. agora é dourado, amarelo, castanho e ocre que o verão chegou e parece que começou logo a sua tarefa de secar tudo. tudo menos as vinhas extensas e os olivais intensivos que povoam já grande parte da paisagem alentejana.

a foto é do Zé, justiça lhe seja feita - que mesmo quando me atormenta com a espera, não abdica de retratar o "seu" alentejo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

tendências

acontece-me muitas vezes comprar jornais, revistas e até livros no supermercado. não é uma coisa de que goste - mil vezes o ritual de parar no quiosque para trazer o jornal, perder-me numa livraria e depois passar-lhes os olhos enquanto bebo um café. mas o supermercado (vamos evitar as referências aos nomes das grandes superfícies sim?, agradecida!) é meu amigo e até consegue oferecer tudo o que preciso de trazer para casa. é deveras interessante esta minha rendição à coisa enquanto continuo a defender que se remodelem os mercados tradicionais e se lhes dê vida. ai de mim!

adiante.

ontem, enquanto me dedicava a esse intrigante desporto que é o de escolher coisas das prateleiras para depositar no carrinho de compras, a troco de uma boa maquia, deparei-me com uns quantos livros com aquele grafismo interessantíssimo a dar para o ecológico e o verdinho, assim como quem diz: olha podes comer-me que faço quase tão bem como uma alface! um é do Goleman - autor que me fartei de ler a propósito da inteligência emocional e umas coisas assim. este é sobre a poder do consumidor na sociedade actual, que na sua procura pelas marcas responsáveis (social e ambientalmente) mudará o mercado. resisti à tentação de o trazer, num exercício penoso de ignorar o embrulho que vai direitinho aos meus interesses: o poder do consumidor esclarecido, a responsabilidade social e ambiental das organizações e das comunidades. é que o miolo, desconfio, é só mais uma artimanha de quem sabe muito bem cavalgar a onda.

terça-feira, 22 de junho de 2010

4 anos

há quatro anos, quando mo apresentaram e, por fim, o deitaram em cima do meu peito, eu nem desconfiava deste amor tão grande que haveria de nascer e crescer, crescer, crescer.

quer dizer, começamos a amá-los na barriga, a temer por eles, a ansiar pelo momento em que, finalmente, nos encontraremos.

depois ouvimo-los pela primeira vez e tudo é emoção.
cheiramo-los e temos a certeza que nunca mais nos separaremos.
amamentamo-los e rasga-se-nos o peito e a alma nesta certeza de que seríamos capazes de tudo por eles. são os sentidos que se aguçam, os instintos mais primitivos que despertam na fêmea que há em nós e que tudo fará pela sua cria. não tenho dúvidas nenhumas sobre isto.

são quatro anos de caminho com este doce de menino que encheu as nossas vidas, que nos fez crescer com ele e nos fez descobrir outras tantas coisas na sua descoberta do mundo. não há privilégio maior.
e eu estou grata por tudo.
hoje é dia de festa. parabéns meu querido
!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

em memória de

deixou de estar o homem que tem sido um dos meus escritores preferidos, ainda vivos.
agora que passou o bulício em volta do funeral, das representações e da santa ignorância e estupidez que grassa por todo o lado, não posso deixar de o registar. Leonor Barros põe em
poucas palavras um sentimento de indignação que partilho e Ana Vidal, certeira como sempre, ensaia a reportagem do que é reportado para as nossas casas. ambas no delito.

apaixonei-me por Blimunda e Baltazar (há tanto tempo!!!) e nunca mais parei de O ler. numa destas noites hei-de deixar tudo para depois e voltar à história destes dois.

terça-feira, 15 de junho de 2010

it takes a village to raise a child

Vem este antigo provérbio africano (que Hillary Clinton tornou famoso nos idos de 90) a propósito das escolhas desastrosas que o governo de Sócrates voltou a fazer na educação. Fechar escolas com menos de 20 alunos é uma escolha. Uma escolha política que tem custos tremendos para o interior. Mais uma vez. Pode argumentar-se que é por questões económicas - eu não acredito mas isso é outra coisa.
Em relação às tretas pedagógicas que têm sido argumentadas para justificar o injustificável lá irei mas, para já, vamos ao que resta, depois de fechadas as escolas.
Imagine o sr. engenheiro e a senhora ministra da educação o seguinte cenário numa aldeia pequena, numa vila, em qualquer lugarejo onde, até há bem poucos anos, existiu uma escola: por volta da hora de saída pais, avós, uma vizinha, alguém próximo espera a criança à porta da escola. Conversa-se, percorre-se o caminho a pé, cumprimenta-se este e aquele "diz olá ao sr. António filho", entra-se na padaria "queres este bolinho?", pergunta a Dona Júlia. Mesmo quando a criança pode voltar sózinha para casa há toda uma rede social de laços e relações que asseguram a vigilância e o acompanhamento suficientes "o teu filho passou lá pelo café e dei-lhe o lanche", para que ele chegue a casa em segurança. Pode ser que a biblioteca não seja a melhor, que o quadro eléctrico da escola não suporte as ligações dos novíssimos quadros interactivos, dos computadores e do aquecimento no inverno. Pode ser ...tanta coisa. A solução é simples, tão simples não é? Às vezes bastaria um pequeno investimento mas pronto, tudo isso custa muito dinheiro, muito mais do que as empresas de transportes cobram ao ministério, certamente.
É preciso uma comunidade para criar uma criança srs. ministros, acreditem!
E não, não queremos escolas com três crianças. Mas talvez seja possível juntar crianças de lugarejos, aldeias e vilas próximas, ao invés de as carregar a todas para uma escola ou duas que, regra geral, ficam na sede de concelho, onde tudo é tão distante do que elas conhecem.

E se, mesmo assim, esta solução ficasse mais cara? Ainda assim, sr. primeiro ministro, ainda assim este investimento seria bem mais rentável para o interior, a médio e longo prazo, do que todas as medidas de incentivo às empresas e ao mundo rural que pretende pôr em prática!

Imagine-se que até nos aventuramos a criar uma empresa numa destas aldeias, a beneficiar dos tais 5 anos de isenção de contribuições para a segurança social. Imagine-se que a vidinha se vai organizando e que até se tem um filho ou dois. E que depois, nos fecham a escola onde vamos recolher a criança e nos avisam que ela terá que passar a fazer uns quantos km para ir para a escola. Todos sabemos qual é o passo seguinte: pegar na trouxa, vender a casita e procurar outra lá na cidade da escola da criança. Imagine-se! Imagine-se todo o interior metódica e sistematicamente delapidado de investimento, atenção e estratégia. E, por fim, é também a esperança e o alento que morrem.

outros olhares


ou "o mundo ao contrário" ou ainda "qualquer sítio é bom para dar uma cambalhota"

segunda-feira, 14 de junho de 2010

o verão à porta


todos os dias alguém se zanga com o s. pedro porque não há meio de libertar o sol e o calor. uns que têm as sandálias e os vestidinhos em pulgas para sair dos armários. outros que querem ir para a praia. há quem ainda nem tenha provado as sardinhas. o rol de queixas e pedidos é tão grande que a gente até se esquece da crise que galopa no asfalto. pelo sim pelo não vou dizer isto discretamente: s. pedro estás a fazer um belo trabalhinho. deixa-te estar quieto, finge-te de morto e fecha o sol e o calor bem fechadinhos até lá para 2015. as minhas flores agradecem.

o despertador é que se esqueceu de tocar

o fim-de-semana-grande foi um festival de trabalhos de limpeza e arrumação (que estão longe de ficar concluídos). O resultado é que hoje acordamos todos um bocado tarde...

sábado, 12 de junho de 2010

curtos







não é verdade que a stone e a berry deixam as rapariguitas do sexo e a cidade a um canto? e de cabelo curto!!!





terça-feira, 8 de junho de 2010

que peixe comer? - serviço público


A liga de Protecção da Natureza lança hoje um site com informações sobre como comer peixe responsavelmente. Isto é, optando por espécies que não estão em risco.
Saúda-se a iniciativa.
Cá por casa vamos deixando de comprar bacalhau - ainda que se aprecie muito. O mesmo para o atum. Duas espécies que sabemos que estão em risco sério. Sobre a pescada desconhecia o ponto da situação mas fiquei hoje a saber que não é famosa.
Em contrapartida recomenda-se sardinha e carapau - vivam os santos populares (!!!) e o peixe espada preto particularmente o que vem de Sesimbra que é pescado como deve ser: ao anzol.
Posto isto não é coisa que mate ninguém dar uma espreitadela ao site http://www.quepeixecomer.lpn.pt/ para decidir a lista das compras.
curiosidade: somos o 3ª maior consumidor mundial de peixe. isto acrescenta-nos alguma responsabilidade não?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

vem com...5 da manhã, ei!

comecei o dia, e a semana já agora, a madrugar. eram 5 da manhã e já não tinha sono. agora só quero é que o dia chegue ao fim, tal é esta sensação de náusea e cansaço físico que me atormenta.

domingo, 6 de junho de 2010

"o vazio do espaço construído"

na sexta-feira o i trazia um dossier inteirinho sobre cidades sustentáveis. ideias, estudos de caso, a lista das 10 cidades mais sustentáveis do mundo. sei lá. um marketing catita sobre esta ideia de ambiente e sustentabilidade de que todos gostamos muito mas que se traduz em muito pouco. desde logo porque todos sabemos muito pouco sobre o assunto. e também porque não queremos saber.
não é o caso de gonçalo ribeiro telles. este é o homem que há anos vem chamando a atenção para as questões do ambiente. o homem que o país tem ignorado sistematicamente. percebemos que chegamos ao ponto em que nos encontramos hoje quando um homem desta craveira está simplesmente arredado do sistema de decisão. é triste.

a expressão que usei no título é dele pois claro. e faz todo o sentido quando denuncia o esvaziamento das aldeias e o corte dos laços primordiais entre o campo e a cidade. é preciso ler este homem para sabermos mais sobre a nossa própria caminhada.

as ideias na cabeça das pessoas

e depois de um corte radical também me ofereci um vestidinho. entrei lampeira numa lojinha, escolhi uns quantos e num instante fui envolvida numa grande conversa com a senhora da loja que nunca vi mais gorda. às tantas comentei que nunca tinha experimentado nenhum vestido da Hoss e ela perguntou-me muito espantada "onde é que vive?" quando lhe disse que em beja (o que é só uma meia-verdade) ela revirou a sua memoriazinha enquistada à procura de algum consolo que pudesse oferecer-me e, de repente, acho que se fez luz na cabecita: aaah! mas lá têm uma pallorran! a delícia é encontrar estes raciocínios parcos sobre a província e as suas pessoas ainda por cima sobre coisinhas tão insignificantes como a-marca-do-vestido-que-se-recomenda.
na semana passada meteu-se-me uma ideia na cabeça que acabou por me levar a um impulso incontrolável. a ideia era a de que o cabelo, que começava a tapar-me o pescoço (coisa nunca vista nos últimos anos) tornou-se insuportável e tinha que desaparecer.

e assim voltei ao meu estado natural que é o de uma cabeça desprovida (quase) do clássico atributo feminino que, ao longo dos séculos, tem sido considerado um ponto de interesse nas mulheres: a cabeleira, farta, comprida e ondulante e não o que está dentro da cabecinha.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

das minhas ocupações

passei a manhã de sábado num seminário sobre criatividade (falhei o ioga do riso - é bem verdade que não há sempre tempo para tudo o que gostaríamos de fazer) mas foi proveitoso. às tantas alguém falou de valores e de ética, da perspectiva do egoísmo e do altruísmo, da educação pelos valores e da felicidade. a felicidade, pois é.
está na moda discutir a importância da felicidade, há inquéritos e estudos vários sobre os países que são mais felizes, sobre as causas da infelicidade. volta e meia lá vem portugal colocado entre os mais infelizes da europa e aquilo soa-me sempre estranho mas, já dizia o outro, "é a vidinha".

tudo isto para dizer que não será de estranhar se, num destes dias, algum iluminado vier propor a introdução de uma disciplina sobre o estudo da felicidade nos currícula. assim à semelhança dos países nórdicos e anglo-saxónicos que são sempre uma inspiração. e têm aquele tempo horrível - o que deixa qualquer um infeliz, lacónico, ensandecido. não admira, portanto, que precisem de aprender a ser felizes. mas nós? o país do clube med, do sol e do futebol, dos feriados e das pontes, nós não precisamos que nos ensinem a ser felizes!

já agora o resto do fim de semana passeio-o em trabalhos forçados que incluíram lavar máquinas de roupa, passar, cozinhar etc. só para testar a teoria da felicidade!!!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

tudo pela nação!!!




ora eu que sou uma rapariga muito preocupada com a economia nacional e a produção e tal e tal vou repetir-me: os vestidinhos da lanidor são liiiindos, eu gosto de uma data deles e ainda por cima é uma marca portuguesa.










toca a deixar as zaras e as mangos desta vida!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

a demanda

começamos aquilo que , está visto, virá a ser um processo tão longo como a da casa pia. esperemos que não tão infrutífero. cansativo é de certeza.
a procura de uma casa nova.
há vários requisitos que parecem impossíveis de conjugar. tem que ser próxima do tal sítio para onde nos dirigimos todos os dias, perto da escola do miúdo, não pode ser dentro da cidade mas também não pode ficar isolada que o Zé não quer. tem que ter espaço para eu fazer um jardim e uma horta. por outro lado e isto são preocupações de pai, tem que ficar acessível para que os amiguinhos do miúdo possam ir lá brincar com ele.
depois há o desconforto enorme de invadir a casa das pessoas para bisbilhotar. não gosto disso.

domingo, 23 de maio de 2010

expressões

"não vale um caracol" é coisinha que me caiu cá no goto. impossível não ficar surpreendida com o remate de uma frase que começa de forma quase violenta "não vale..." e que se deixa emudecer no final...um caracol".
não vale um caracol, não vale um caracol.







tudo na mesma por aqui. as melhorias são lentas, lentinhas. o pequeno perdeu a vitalidade e, como seria de esperar, só quer estar encostado. não come. bebe pouco. dorme muito. e hoje dei por mim, pela primeira vez, no corredor das guloseimas para lhe comprar chupa-chupas e outras porcarias do género, que sempre representam um aporte de açúcar. pouca sorte que o pequeno não lhes ligou nada. para dizer a verdade (não sei se me envergonhe?) nem sabe comer um chupa. raispartam as doenças e as viroses que nos atormentam os miúdos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

"a cidadania também devia ser um exercício de responsabilidade"

aproveito a pausa que o pequeno doente me concede. é bom ler esta rapariga que diz coisas acertadas e com muito mais elaboração do que eu. é verdade que nos veda os comentários mas não se pode ter tudo. vá lá.



"Quem lê este blogue desde sempre já sabe o que eu penso. Todos governamos este país, o nico de responsabilidade que nos cabe no seu rumo e na sua afirmação, com mais ou menos honestidade, com mais ou menos brio, com mais ou menos empenho, com mais ou menos inteligência, com mais ou menos altruísmo, com mais ou menos visão. Mas perdemos sempre tanto tempo em conversas de café, gastam-se tantas horas e tanto dinheiro na comunicação social com comentadores, com analistas, como futurologistas e o diabo a quatro, a dissecar até à irrefutabilidade tudo o que é dito, feito, desdito e desfeito, que nos desfocamos do essencial. Sobrestimulam-nos de tal forma que até nos esquecemos de raciocinar. Cansa tanto debate, tanta entrevista, tanto convidado, tanta posta de pescada contra e a favor de tudo o que mexe. Daqui uns dias toda a gente é vencida pela exaustão, esquece o plano de austeridade e vai para o shopping fazer umas comprinhas. O défice, a crise? Isso são problemas do Governo, ele que se desemerde que o país é dele. Pois é, infelizmente, parece que o país é mesmo dele, o que é um grande azar porque o Sócrates dá sinais evidentes de perda de lucidez. Mas não devia. O país devia ser nosso. O país é nosso.
Está um tipo da televisão a dizer que governar deveria ser um exercício de responsabilidade. Pois eu só queria lembrar que a cidadania também deveria ser um exercício de responsabilidade."

noites brancas

tudo começou com o miúdo a vomitar o jantar aí pelas 11h30. depois seguiu-se a corropio da mudança de lençóis, pijamas e de tudo o que estava à volta. banhos. limpezas. a cena repetiu-se toda a noite. até agora o pobrezinho só ainda conseguiu manter no estômago umas colheres de chá com açúcar. já adiei todos os compromissos de hoje. o cheiro cá em casa não é dos mais recomendáveis.
e estamos nisto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

os cupcakes dos tempos modernos







não percebo muito de moda e de tendências.
percebo que o fenómeno se generalizou e que, de repente, todos descobrem uma vocação qualquer escondida para descobrir tendências - o que é isso já agora(?), para aconselhar, para assessorar o assunto. enfim é um mundo de vocações subitamente descobertas!.

do que consigo descortinar desconfio que uns bolinhos horrorosos (cupcakes) estão na moda e que, rapariga que não os aprecie não está in. eu sei que não estou! e depois é ver tudo com ar de cupcake (esvoaçante, colorido, enfeitado e outros apetrechos do género). talvez possamos responsabilizar os ditos bolinhos pelo terrível mau gosto que alastra por todo o lado, quem sabe? nem me quero lembrar das tamancas que vejo por todo o lado, as tais clogs; da epidemia de folhinhos que tomou de assalto o bom senso do mulherio; da soquete com sapato de salto (talvez o cúmulo da ridicularia nos últimos tempos) da mini-mini saia rodada ou de pregas, que usamos em tempos quando tínhamos...5 anos!

ou isso ou eu é que perdi a pedalada depois dos 35. ora ainda bem!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

clean







gosto muito disto. na roupa, acessórios e calçado. a ideia de uma linha perfeita, limpa de pormenores e atilhos e quejandos. cores neutras, cruas.