quinta-feira, 30 de junho de 2011

e outras coisas que realmente interessam

paços coelho anda atarefado em apresentar medidas que resolvam estes numeros trágicos (o déficit de mais de 7% não é?) como alguém lhe chamou hoje e para isso arranjou mais um imposto extraordinário (mais IRS num ano em que já fomos taxados forte e feio), mais IVA, e mais sabe-se-lá-o-que-é-que-estes-aventureiros-vão-inventar. porque é que os estados unidos não lhe movem uma perseguição e tratam de exterminar a criatura? assim como assim paços coelho está a matar o seu povo, a persegui-lo! paços coelho e kadafi têm alguma coisa em comum, não?

dos dias que correm

E pronto a europa lá se decidiu a aprovar mais um pacote de ajuda aos bancos alemães...errrh à grécia. assim como assim os gajos já vão passar as próximas décadas a contribuir activamente para o superavit do FMI e do banco central europeu e outros quejandos. o povo que se mate na rua ou que morra à fome de uma vez. o que é um povo, uma historia, uma cultura quando estão em causa interesses tão mais importantes como os desses especuladores sem rosto nem país?!


nos últimos dias fartei-me de ouvir comentários maus sobre um jovem mais ou menos conhecido que morreu na estrada. não sei quem é mas só me ocorre que a morte de um jovem na estrada é sempre um desperdício, uma perda irreparável.

para variar ouvi, hoje na radio, uma notícia que me parece interessante: qualquer coisa sobre os novos povoadores, gente que sai das cidades e vai viver para o campo, em busca de uma vida diferente, numas coisas melhor e noutras bem pior do que aquela que tinham. de qualquer forma parece-me uma ideia interessante que talvez pudesse ser enquadrada num conjunto de medidas mais vasto para revitalizar o interior. assim houvesse visão.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

a transformação de alice

alice tinha vindo de uma aldeia lá do norte, de uma família onde abundavam irmãos e trabalho no campo. trabalhara desde que se lembra de ser menina, desde que tivera algum tino para ir fazendo pequenas tarefas que ajudavam a mãe na sua infindavel jornada de trabalho.
de modo que não era de estranhar que na sua memória habitasse uma mãe extenuada na eterna luta do trabalho do campo e de casa, onde nenhum homem mexia uma palha.
quando se otrnou uma jovem rapariga começou a acompanhar uma família rica lá da terra, como ama das crianças pequenas, uns fedelhos impossíveis que ela aturava estoicamente só para poder sair de casa durante o verão, ir à praia e ao algarve, coisa impossível de sonhar com a sua propria família.
quando completou os dezoito anos anunciou que iria para a universidade e, na sua teimosia silenciosa, venceu a resistencia de todos. escapuliu-se para o outro extremo do país para estudar no primeiro curso em que viu garantida a sua entrada.
chegou à universidade pelas suas proprias mãos e daí para a frente nunca mais dependeu de ninguém. na universidade foi tudo mais dificil do que esperava.
as intelectuais achavam que ela era burra, apesar de lhe pedirem os cadernos quando chegava a altura das frequencias. as outras, as giras, achavam-na uma labrega, feiosa e puritana. Alguns professores gozavam-na por ser ignorante e insegura. mas alice persistiu, cerrou os dentes, limpou o suor que se lhe formava por cima do lábio superior sempre que começava a sentir-se insegura e tratou de acabar o curso. entricheirou-se num part-time a arrumar livros numa biblioteca escura de uma fundação poderosa da cidade.
deixou-se ficar.
enamorou-se por um colega de turma. um tipo alto, que era militar e que gostava de outra. uma daquelas que a gozava. mas filou-se-lhe e quando deu por si namorava com ele. acabaram a viver juntos, num apartamento comprado a meias. uma coisa horrível que lhe custou mais do que toda a sua vida de trabalho e resignação.
o sexo era um nojo, doía-lhe, fazia-a sentir-se porca. tudo lhe parecia errado. em sonhos aparecia-lhe a mãe com o seu ar de reprovação silencioso. casou na tentativa vã de apagar o pecado em que julgava viver. por essa altura já não suportava o homem que lhe fazia lembrar o pai e os irmãos.
deu por si a viver a vida da mãe, ainda que a umas boas centenas de km, numa casa limpa e já num emprego relativamente bem pago.
um dia lembrou-se de dizer ao homem que mais valia dormirem em quartos separados. ela dava-lhe sexo uma vez por semana e ele deixava-a em paz. o homem aceitou. era um cobarde preguiçoso e alice começou a perceber como viver com ele.
ninguém sabe como mas acabou por mandar o homem embora. ou isso ou ele sentiu-se tão mal que acabou por deixa-la.

de um momento para o outro alice alcançou tudo o que, secretamente, sempre quis: uma casa para viver sozinha. é verdade que continuava a ser o apartamento onde vivera com o único homem que alguma vez conhecera mas agora era dela. por alguma razão a tal fundação ficou com ela. que organização não quereria uma pessoa a trabalhar em regime de total dedicação, sem outro interesse além do próprio trabalho?
alice desabrochou, encontrou no trabalho dedicado a sua fonte de prazer, a sua razão de viver.
a cidade vê-a sair de casa muito cedo e regressar muito depois de toda a gente. mas, ultimamente até aprendeu a sorrir.

terça-feira, 14 de junho de 2011

parcerias vegetais

estou muito interessada em explorar as vantagens de plantar vegetais, flores e aromáticas juntas para poder potenciar as características de cada uma em benefício de outras. nas pesquisas que fiz descobri que algumas flores de jardim afastam insectos indesejáveis, repelem invasores e ajudam a combater pragas.
até aqui tudo bem. sei que encontrarei mais informação útil á medida que for tendo tempo para pesquisar e testar soluções.

entretanto comprei algumas carteiras de sementes e espalhei -as em alguns pontos fundamentais.
o problema é que agora não sei distinguir as flores das daninhas o que me parece coisa de verdadeira maçarica! e isto é assumir que as flores até nasceram porque pode não ter acontecido nada disso!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

a economia por uma e.coli

e eis que a Alemanha se vê, finalmente, na eminência de provar do veneno que infligiu à Grécia, à Irlanda e a Portugal. era bem feito pois não era? a falta de solidariedade de que estes países têm sido vítimas, muito por influência do governo alemão e francês pode agora aplicar-se aos produtos que a Alemanha exporta a saber a carne e os legumes.
e se, a propósito das contaminações - pelos vistos ainda por localizar, pela bactéria E.Coli deixássemos todos de comprar a carne alemã e os seus legumes? só por curiosidade a Alemanha é o maior exportador de carne da europa e o 6º maior exportador europeu de legumes.
nos últimos dias tenho lido que este tipo de bactéria se desenvolve muito mais facilmente na carne e o leite e que esta sim, (a carne de porco) será a grande causadora de todas estas mortes que já aconteceram naquele país.
a verdade é que, pela terceira vez consecutiva, a hipótese de contaminação pelos rebentos de soja está descartada mas ninguém fala na carne de porco, uma industria verdadeiramente importante para a economia alemã.

vejamos então a receita: por razões de economia nacional, digamos assim, boicotemos a compra de produtos chineses e alemães. acabou-se o lidl e &ª.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

dia de portugal

"Não podemos falhar. Os custos seriam incalculáveis" Não está mal o discurso do presidente no dia de portugal, eu é que gostava de não saber que ele já foi 1º ministro e responsável por coisas como a negociação de uma PAC ruinosa para nós.

depois aquela cena triste de continuar a condecorar os amigos também não ajuda nada.

da horta

A terra devolve-nos o sentido natural das coisas, da vida e do seu ciclo, do tempo e da espera.



Da horta, que tem um mês e meio de trabalho, começam agora a chegar à nossa mesa: curgetes e espinafres.


Dentro de 15 dias teremos pepinos(esperemos que sem bactérias más!) e ainda antes alfaces.











segunda-feira, 6 de junho de 2011

o dia seguinte

este comentário podia chamar-se: "portugueses: iguais a si próprios!"

Portugal vira à direita ainda que sociologicamente isto não signifique muito, pois o português usa o voto - aquele que usa!, apenas para castigar os que estiveram no governo. é estranho que este direito político e de cidadania signifique tão pouco neste nosso país.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

1 de junho

hoje a minha criança trazia uma blusa que lhe deram na escola para assinalar o dia. e um dinossauro - andam com os dinossauros há já uns dias, que pintou de verde e que me mostrou orgulhoso.
trazia um riso fácil de miúdo feliz e aconchegado sempre que pede e que não pede. o rosto luzidio da fartura, o ar confiante de quem é amado. uns sapatos demasiado caros para as reais necessidades destes pezinhos que conheço de cor.
a minha criança (que ilusão senhores!, que ele não é meu) que gosto tanto de cheirar, que me acode ao pensamento durante o dia, que me enche de um amor desmedido e incondicional todos os dias da minha vida desde que nasceu. a minha criança que, pese embora toda esta felicidade que me faz experimentar, não pode apagar os milhões de crianças que morrem com fome, de uma simples diarreia, que são arremessadas como estilhaços de guerra, que sonham com uma escola, com um brinquedo, com um trapo que lhes faça esquecer o frio.

que gente sem alma somos nós que deixamos o futuro apagar-se assim?

notícias do campo

o que é engraçado nisto de ter um quintal que exige trabalho é o ritmo do tempo que muda. durante o dia vivemos em ritmo de cidade que consiste essencialmente em correr para cumprir horários e compromissos. no final da tarde, mais ou menos a partir das 19h, o tempo abranda e anoitecemos entre as tarefas de regar, plantar e brincar. até o migas foi mordido por qualquer coisa e apareceu inchado numa bochecha.
num destes dias hei-de tirar fotografias...

vox populi

O comentário é sempre do mesmo tipo. Ultimamente ouço-o tantas vezes que me parece impossível que toda esta gente que assim pensa não encontre um denominador comum.
Hoje dizia-me alguém, envolvido em uma das campanhas partidárias, que está plenamente convencido que quer o PSD quer o PS estão reféns de interesses. Interesses que estão relacionados com as parcerias publico-privadas, com as grandes obras, que envolvem a maçonaria, etc, etc. Portanto a Oeste nada de novo. Dizia-me, convicto, que Sócrates tem "o rabo preso" com esta gente e não tem conseguido mexer-se e que a Passos acontecerá o mesmo apesar das suas boas intenções.
Dizia-me que a esta gente - os tais dos interesses instalados, interessa a manutenção do status quo e que é por isso que o PSD não descola nas sondagens e que o bloco central continuará a ser solução por muitos e longos anos. Que é preciso que a "coisa rebente, que bata mesmo no fundo", palavras dele, que haja fome e miséria a serio para que o povo saia à rua, que mate uns quantos e que parta umas coisas. Mais ou menos como na 1ª república.

Bom...a instalação dos tais interesses, o saque despudorado dos recursos públicos, a contaminação da coisa pública não é propriamente do desconhecimento geral. Muitos dos protagonistas estão identificados, um ou outro episódio lá vem a lume de vez em quando, sem que daí venham grandes males ao mundo, o povo português, já se sabe, é pacato e cultiva a ignorância (o que me custa dizer isto porra!) de forma obstinada.

De modo que o próximo dia 5 não representa grande coisa na historia contemporânea deste país.
Pela minha parte não tenciono votar em nenhum dos partidos do arco governativo e muito menos abster-me.