quarta-feira, 1 de junho de 2011

1 de junho

hoje a minha criança trazia uma blusa que lhe deram na escola para assinalar o dia. e um dinossauro - andam com os dinossauros há já uns dias, que pintou de verde e que me mostrou orgulhoso.
trazia um riso fácil de miúdo feliz e aconchegado sempre que pede e que não pede. o rosto luzidio da fartura, o ar confiante de quem é amado. uns sapatos demasiado caros para as reais necessidades destes pezinhos que conheço de cor.
a minha criança (que ilusão senhores!, que ele não é meu) que gosto tanto de cheirar, que me acode ao pensamento durante o dia, que me enche de um amor desmedido e incondicional todos os dias da minha vida desde que nasceu. a minha criança que, pese embora toda esta felicidade que me faz experimentar, não pode apagar os milhões de crianças que morrem com fome, de uma simples diarreia, que são arremessadas como estilhaços de guerra, que sonham com uma escola, com um brinquedo, com um trapo que lhes faça esquecer o frio.

que gente sem alma somos nós que deixamos o futuro apagar-se assim?

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