Sexta-feira é o último dia de escola desta temporada para o crianço. É verdade que já cheira a férias por todo o lado: os colegas vão de férias, metade da família desaparecida, a escola a funcionar a meio gás, os 40º que não arredam pé e esta disposição de m* que não ajuda nada a quem ainda tem que trabalhar nos próximos dias.
Preciso desesperadamente de arranjar energia extra para aguentar os próximos 15 dias, ignorar este peso nos ombros e nas pernas e a tensão, que baixa a níveis impossíveis com este ar irrespirável.
Entretanto fui parada numa operação stop e obrigada a soprar o balão; às 5 da tarde? perguntei ao GNR rechonchudo e mal disposto, que sim, que qualquer hora é boa para soprar ao balão. ai-a-minha-vida!
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Nos últimos dias voltei a cruzar-me com mulheres muito novas com filhos nos braços. Mulheres que foram mães aos 13, aos 15 ou 16 quando ainda eram só raparigas a querer viver a vida.
E continuam a ser raparigas a querer fazer as coisas que a idade delas recomenda - como namorar, sair com amigos, passear, beber copos, dançar e já não-sei-quê-mais, só que com um, ou dois, ou quatro (!) filhos agarrados às saias. A coisa é de tal ordem que uma tem um bebé com 20 dias e já deixou de almoçar porque "está gorda". Já não tem leite, registei.
Ando a tentar esticar os meus limites para não julgar, para não chamar a atenção, para controlar o raspanete que a toda a hora me entoa na cabeça. Em suma, para me manter tão neutra quanto possível.
Ora este exercício, sem ser novo para mim, é quase violento em especial porque envolve crianças e algumas muito pequenas. Eu não sou assistente social, não lhes pago salário e não tenho outra responsabilidade sobre elas que não seja dar-lhes formação. De modo que - prevejo, vou andar muito absorta nestes dilemas nos tempos que se aproximam.
E continuam a ser raparigas a querer fazer as coisas que a idade delas recomenda - como namorar, sair com amigos, passear, beber copos, dançar e já não-sei-quê-mais, só que com um, ou dois, ou quatro (!) filhos agarrados às saias. A coisa é de tal ordem que uma tem um bebé com 20 dias e já deixou de almoçar porque "está gorda". Já não tem leite, registei.
Ando a tentar esticar os meus limites para não julgar, para não chamar a atenção, para controlar o raspanete que a toda a hora me entoa na cabeça. Em suma, para me manter tão neutra quanto possível.
Ora este exercício, sem ser novo para mim, é quase violento em especial porque envolve crianças e algumas muito pequenas. Eu não sou assistente social, não lhes pago salário e não tenho outra responsabilidade sobre elas que não seja dar-lhes formação. De modo que - prevejo, vou andar muito absorta nestes dilemas nos tempos que se aproximam.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
de desgraça em desgraça
Governo encerra 701 escolas e transfere 10 mil alunos
Não é uma perfeita surpresa mas os números assustam. Depois das maternidades, dos centros de saúde, correios e outras delegações chegou a vez das escolas. Talvez pensem que podem simplesmente encerrar todo o interior e transferir uns milhares (de pessoas) para umas reservas junto à costa? Vendemos o que resta aos espanhóis que eles andam doidinhos a encher tudo de olival. mmm que tal, ó gente da minha terra?
Não é uma perfeita surpresa mas os números assustam. Depois das maternidades, dos centros de saúde, correios e outras delegações chegou a vez das escolas. Talvez pensem que podem simplesmente encerrar todo o interior e transferir uns milhares (de pessoas) para umas reservas junto à costa? Vendemos o que resta aos espanhóis que eles andam doidinhos a encher tudo de olival. mmm que tal, ó gente da minha terra?
azul
quinta-feira, 22 de julho de 2010
pode ser da hora avançada
mas cá me arrisco e aqui deixo um desabafo:
ando deveras intrigada com o estado geral das unhas que vislumbro em mão alheia. ele é o tamanho (medonho!), os arabescos, as risquinhas, a quantidade de tons, os brilhantes e tudo o mais que se presta a decorar as ditas: um verdadeiro desfile de aberrações e mau gosto que tudo invade. e nem quero falar das cores (ai senhores as cores!). quem é que se lembrou de sugerir que o verde, o azul ou o amarelo são cores adequadas para colorir este bocado de matéria morta que trazemos nas mãos?
ando deveras intrigada com o estado geral das unhas que vislumbro em mão alheia. ele é o tamanho (medonho!), os arabescos, as risquinhas, a quantidade de tons, os brilhantes e tudo o mais que se presta a decorar as ditas: um verdadeiro desfile de aberrações e mau gosto que tudo invade. e nem quero falar das cores (ai senhores as cores!). quem é que se lembrou de sugerir que o verde, o azul ou o amarelo são cores adequadas para colorir este bocado de matéria morta que trazemos nas mãos?
segunda-feira, 19 de julho de 2010
a joia do caucaso
Desde sábado passado que sou responsável por uma pequena cultura de Kefir. Chegou às minhas mãos num frasquinho pequeno, cheio de água e uns granulos muito parecidos com couve-flor.
De modo que vou experimentar pela 1ª vez este produto fermentado que, pelos vistos tem imensas propiedades terapêuticas, terá a sua quota-parte de responsabilidade na longevidade de alguns povos e tem esta lógica que me encantou que é a de passar de mão em mão num gesto de oferta e de partilha. Se tudo correr bem dentro de alguns dias também já terei alguns granulos para ofertar.
Alguém se candidata?
quinta-feira, 15 de julho de 2010
e para espantar esta semana que já vai longa
hoje faremos gaspacho à alentejana. já cá tenho uma reserva de tomate, pepino e carapaus pequeninos (que, aliás, detesto preparar!).
o meu reino, o meu reino por um gaspacho fresquinho!
o meu reino, o meu reino por um gaspacho fresquinho!
nova abordagem ao google e constato que o gaspacho, seja lá qual for a sua origem, dá umas imagens lindíssimas de um vermelho vivo, brilhante, às vezes pontuado com um ou outro laivo das cores do pimento e do pepino.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
encontros imediatos
ontem e hoje fiz o mesmo percurso de carro, por uma estrada secundária, aí pelas 10 da noite. ontem e hoje cruzei-me com uma raposa - quase no mesmo sítio. abrandei com esperança (hoje) porque queria mirá-la bem. não me deixou claro mas ainda pude apreciar-lhe a cauda farta e alaranjada. são alaranjadas as raposas não são? acho que nunca tinha vista nenhuma ao vivo. de noite descubro sempre uma quantidade de vida que durante o dia me escapa: mochos e corujas, coelhos aos saltos - que me obrigam a desviar o carro, apagar luzes, parar no meio da estrada para que possam escapar. gatos, cobras (que odeio), ratinhos velozes a atravessar a estrada.
terça-feira, 13 de julho de 2010
não sei como mas parece que "matei" o carro no fim-de-semana. deixei-o na garagem na sexta-feira à noite e ontem, já quase em cima das sete, quando me preparava para sair de casa de portatil ao ombro e sacola no outro a desgraçada nem sinal. morta. mortinha.
levei o outro. isto de ter um cara-metade é bom, ó se é. umas horas depois percebeu-se que o coração tinha parado e precisava de umas bombadas.
levei o outro. isto de ter um cara-metade é bom, ó se é. umas horas depois percebeu-se que o coração tinha parado e precisava de umas bombadas.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
a novela
não sei se Sócrates esperou, alguma vez, alguma coisa de Jardim. mas sem dúvida que está
na sua natureza roer a corda quando já não lhe interessa o acordo. já tardava.
na sua natureza roer a corda quando já não lhe interessa o acordo. já tardava.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
concertos na planície
há muitos espectáculos a decorrer nesta fase e para todos os gostos e carteiras. dos festivais virados para a juventude (o que quer que isso seja), aos que se destinam a públicos mais exigentes, dos mais populares, aos que são frequentados só por convidados (como o que decorreu ontem em Alqueva, pago pela EDP) há de tudo. só por isso já me apetece dizer: viva o verão!
mas nada iguala o concerto com que as cigarras nos brindam. é uma vaga de fundo que vai aumentando o volume, às vezes parece que está por todo o lado, que uma decidiu instalar-se no nosso ouvido. é verdadeiramente avassalador. único.
a primeira vez que o ouvi ia na estrada sozinha e apanhei um susto enorme porque me convenci que era o carro que fazia aquele barulho.
mas nada iguala o concerto com que as cigarras nos brindam. é uma vaga de fundo que vai aumentando o volume, às vezes parece que está por todo o lado, que uma decidiu instalar-se no nosso ouvido. é verdadeiramente avassalador. único.
a primeira vez que o ouvi ia na estrada sozinha e apanhei um susto enorme porque me convenci que era o carro que fazia aquele barulho.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
a voz do dinheiro
é um exercício bem interessante este de escutar as vozes que, ora vociferam contra o governo que, na posse de umas "acções douradas", as impediu de ganhar muito dinheiro, ora lhe rogam para que intervenha e impeça uma OPA sobre a vaca gorda.
como se dizia por aí, há uns dias, não se compreende que a defesa dos interesses espanhóis, chineses, alemães e outros se faça em casa, à custa dos nossos próprios interesses.
como se dizia por aí, há uns dias, não se compreende que a defesa dos interesses espanhóis, chineses, alemães e outros se faça em casa, à custa dos nossos próprios interesses.
terça-feira, 6 de julho de 2010
ao nascer da bela aurora
acordei cedo. cedo de mais para mim mas cedi à vontade do corpo e levantei-me.
e aqui estou eu nesta desinteressante tarefa de fazer actas desde as 6 da manhã! agora vou ali para o quintal beber um café a ver se espanto de vez este torpor.
e aqui estou eu nesta desinteressante tarefa de fazer actas desde as 6 da manhã! agora vou ali para o quintal beber um café a ver se espanto de vez este torpor.
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