quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pai acompanhante

Numa destas últimas semanas a crónica do José Luís Peixoto chama-se pai acompanhante e descreve o turpor sofrido do pai (ele o JLP) que à noite deixa a pediatria e se dirige para casa onde passa a noite sózinho, numa espera de silêncio, enquanto aguarda que a manhã lhe devolva a possibilidade de voltar ao hospital e aí reencontrar o filho doente e a mãe que passou a noite com ele.

Fiquei a desejar que o filho melhore rapidamente assim numa solidariedade que agora me liga a todos os pais e crianças mesmo aos que não conheço. Esta tontice que veio no pacote da maternidade faz-me arrepiar, condoer, solidarizar com os miudos e os pais que, de alguma maneira, se cruzam no meu caminho. A parte boa é que também me alegro e deliro com uma gracinha de um qualquer bébé que encontro por acaso.


Fico a pensar que os miudos não deviam sofrer. Nunca. Nem com coisinhas pequenas que, tantas vezes, nos apoquentam mais a nós pais do que a eles. Essa parte devia ficar reservada para a fase da vida em que estamos no máximo da nossa resistência física e mental. A primeira parte e a última deste percurso que fazemos - a que chamamos ciclo natural, devia ser tranquilo. Livre.

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