Alguém se lembra do ar de Soares dos Santos e vociferar nos programas da Fátima Campos Ferreira sobre o pouco que se trabalha em Portugal, sobre as suas grandes preocupações com este país e a sua política de marketing magnânima e solidária que apostava sobretudo na compra de produtos nacionais? Pouco depois descobria-se que a Jerónimo Martins era afinal, um dos grandes importadores nacionais. Pois claro.
E agora este homem preocupado dá novo exemplo de como é que os grandes empresários ajudam a ultrapassar a crise e a premiar os seus consumidores! Como, perguntamos nós? Escolhendo não pagar impostos no seu próprio país. Dona da Jerónimo Martins passa totalidade do capital para subsidiária na Holanda
Clap, clap, clap para Soares dos Santos. E se os portugueses não fizessem mais compras no Pingo Doce?
2 comentários:
E a senhora? não vai consumir produtos do Pingo Doce?
É claro que não vale a pena ser demagógica. Não consigo, ainda, evitar fazer compras no Pingo Doce, no Continente ou em qualquer outra grande superfície. E é importante notar que também a Sonae, tal como outras empresas., incluindo algumas com capital público, deslocaram as suas sedes fiscais para a Holanda.
Mas estou cada vez mais convencida que o acto de consumir deve ser tão esclarecido quanto possível e é, em última instancia, um acto político e de cidadania.
Através das nossas escolhas, dos nossos padrões de consumo e das nossas preferencias priveligiamos marcas, empresas, formas de estar no mercado e na sociedade em geral.
Cá em casa temos vindo a alterar a nossa maneira de consumir e posso dizer que o fizemos muito antes de se falar na crise.
Algumas das nossas decisões incluem, por exemplo, dar preferencia às marcas nacionais ou, na ausencia destas, a marcas que tenham pelo menos uma parte do processo produtivo em Portugal.
Não compramos em lojas de produtos chineses, indianos, etc.
Atribuo exactamente o mesmo significado ao acto de gastar 10 ou 100 euros.
Espero que num destes dias consiga fazer a maior parte das minhas compras num mercado (como aqueles que vi, por exemplo, em espanha ou em londres) e nas lojas de comercio local. Também o comercio local está a mudar (lentamente é certo) mas chegaremos lá. O importante é que as grandes superfícies não sejam a nossa unica opção.
E, por último, não tenho nada contra os empresários, as grandes cadeias e a produção em massa. Eles são úteis na nossa vidinha!
Enviar um comentário