passei a manhã de sábado num seminário sobre criatividade (falhei o ioga do riso - é bem verdade que não há sempre tempo para tudo o que gostaríamos de fazer) mas foi proveitoso. às tantas alguém falou de valores e de ética, da perspectiva do egoísmo e do altruísmo, da educação pelos valores e da felicidade. a felicidade, pois é.
está na moda discutir a importância da felicidade, há inquéritos e estudos vários sobre os países que são mais felizes, sobre as causas da infelicidade. volta e meia lá vem portugal colocado entre os mais infelizes da europa e aquilo soa-me sempre estranho mas, já dizia o outro, "é a vidinha".
tudo isto para dizer que não será de estranhar se, num destes dias, algum iluminado vier propor a introdução de uma disciplina sobre o estudo da felicidade nos currícula. assim à semelhança dos países nórdicos e anglo-saxónicos que são sempre uma inspiração. e têm aquele tempo horrível - o que deixa qualquer um infeliz, lacónico, ensandecido. não admira, portanto, que precisem de aprender a ser felizes. mas nós? o país do clube med, do sol e do futebol, dos feriados e das pontes, nós não precisamos que nos ensinem a ser felizes!
já agora o resto do fim de semana passeio-o em trabalhos forçados que incluíram lavar máquinas de roupa, passar, cozinhar etc. só para testar a teoria da felicidade!!!
5 comentários:
Anima-te rapariga! Isso faz rugas! :) beijokas
pois claro que faz! de onde é que achas que elas chegam tu ó fresquinha???
:D Sofia, Sofia, Sofia, relaxa cachopa, o que não tem remédio remediado está. Esquece os grandes, vamos preparar os nossos pequenos para que sejam adultos produtivos e consequentemente felizes:)))
Ontem na escola da Mariana fizerem um pedy paper sobre o tema "educar para a cidadania", a cachopa veio cheia de valores, ideias, conceitos para casa, só espero que quando for crescida os possa por em prática.
Beijos
Se me permites eu acho mesmo que nos faz bem pensar, estudar, discutir, escrever... e mais um milhar de verbos positivos associados à felicidade.
Não poderá ser essa uma das possíveis vias para continuar a insistir na necessidade de redistribuir as tarefas domésticas, de deixarmos de considerar aceitável que os homens ajudem na cozinha... e que pelo facto recebam grandes elogios.
No meu caso sinto falta de espaços de discussão destas matérias. Pertenço a um agregado familiar com 6 elementos de idades entre os 7 e os 68 anos.3 homens e 3 mulheres. E aqui é geral a ideia de que é às mulheres que cabem os trabalhos forçados. Teóricamente são todos avançados e defendem igualdade na distribuição de tarefas. No concreto, é normal que caiba às mulheres mais velhas a limpeza, a roupa, mas também as burocracias com contas, obras, electrodomésticos,etc.
Para o homem mais velho sobram elogios por cozinhar 80% das refeições e fazer as respectivas compras. Tarefas nas quais é acompanhado. Quer seja no supermercado, na lavagem da louça que vai sujando, no pôr e levantar da mesa.
Os mais novos vão assistindo, e compreendo que um dia destes vão reproduzir o modelo... o que me está a deixar aflita!
Quem sabe se essa disciplina da felicidade não pode ensinar-me a mudar este estado de coisas?
a gente não precisa de uma disciplina que nos ensine a receita. nós sabemos bem qual é! e até podemos passar uma vida a discutir porque é que a mulher abdica tão mais facilmente de si, em prol de umas tantas coisas que vão aparecendo pelo caminho. até podemos.
Enviar um comentário