segunda-feira, 10 de maio de 2010

começamos a regressar por volta das 18h. isto é, depois de um fim de semana a mais de 300 km de casa, a sorte ditou que a viagem de regresso ao lar teria inicio ao mesmo tempo que o jogo final entre o benfica e o não-sei-quantos.
preparei-me mentalmente para umas horas de sacrifício pessoal (que eu detesto futebol) a bem da saúde conjugal; li, olhei pela janela, enfim, inventei o 31.


a 100 km de casa paramos para jantar e abençoamos (mais eu) a sorte porque a turba ainda não tinha acorrido ao "comedouro", de modo que a coisa se fez em paz. já eu bebia o último café do dia enquanto observava a ansiedade crescente dos empregados que punham mesas e corriam estonteados, quando os grupos mascarados de vermelho começaram a invadir o restaurante. eram mulheres e crianças, homens, velhos e novos, tudo enfiado em fatos-de-treino vermelhos, a abanicar umas bandeiras, a falar alto, em estado geral de histeria e, parece-me, a planear ficar bêbados e insuportáveis no mínimo de tempo possível. zarpamos.

ali estava o nobre-povo e a nação valente a vibrar com a única coisa que, pelos vistos, é capaz de mover vontades: o futebol! não há crise que perturbe esta celebração, não há desígnio nacional que direccione mais estas vontades do que a conquista do título, não há vontade de se reinventar, de fintar o destino, de correr para a meta que exceda os limites do campo de futebol.

raios-me-partam-o-campeonato-e-o- futebol-e-o-benfica-e-a-puta-que-os-pariu-a-todos!- arre!-não-há-pachorra-para-tanta-pequenez.

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