segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aqui já não há

Por esta altura andam os eleitos locais embrenhados à procura de um passe de mágica. Gostariam de "achar" uma solução, um projecto-maravilha, uma ideia bombástica que pusesse o seu concelho no mapa, assim de repente. Alguns até estariam dispostos a gastar uns dinheiros se isso atraísse multidões.
Mas...ó desespero, a vida corre inexorável para o despovoamento, as poucas empresas fecham portas, os velhos entristecem ainda mais- se isso é possível, os últimos casais mais jovens abandonam definitivamente a terra. Já não dá. O interior já não dá! E não há panaceia que iluda esta verdade.

O que rareia e aquilo de que precisamos, como de pão para a boca, é de uma ideia, uma visão para os sítios que habitamos. Não é preciso nada grandioso. Não queremos multidões, nem festas, nem obras imponentes. Queremos que pensem senhores, que pensem (caramba!), que planeiem, que ousem, que estudem, que ouçam as pessoas, que lhes conheçam as necessidades mais básicas! Levantem-se connosco de manhã, vejam o que comemos, onde vamos, o que compramos, onde trabalhamos, onde descansamos. Escrutinem os nossos desejos, testem as nossas soluções, tomem nota dos nossos projectos para a terra em que habitamos. E pode ser que dentro de uma década, quem sabe duas, comecemos a ver algum resultado. Pode ser!



Será pedir muito?