domingo, 30 de março de 2014

desistir? nunca na vida!

Apresentou-se-me hesitante, a escolher as palavras, cautelosa, numa primeira impressão que está longe, muito longe, de fazer justiça a esta magnifica mulher que tive a honra de conhecer.
Descobri-a pouco a pouco, ao longo dos dias, se calhar só no exacto ritmo com que ela escolheu desvendar-se. Diz-se que depois dos 40 as mulheres mandam na vida delas. E antes não?
Depois percebo-a: a vida pulsa-lhe em todos os poros, em cada sorriso, em cada amabilidade que escolhe como forma de estar.
Foi mãe muito cedo, habituou-se a dormir pouco, a trabalhar muito, a estudar nos intervalos que o quotidiano lhe proporcionou. Primeiro o ensino secundário no recorrente, à noite, começado numa turma gigante de gente jovem, alheada, dispersa. Resistiu  e concluiu com mais dois.
Depois o superior, à noite, com a rotina dos dias a pesar-lhe nos ombros e nos olhos, as poucas horas de sono a tornar hercúleas as tarefas mais simples.
Não se pode ignorar uma força assim, uma alma grandiosa, tenaz e capaz dos maiores sacrifícios em nome do amor: aos outros e por si.
Disse-me que os filhos não gostam, nunca gostaram da escola. Não percebe porquê, ela que fez tudo o que podia e não podia para chegar tão longe quanto possível. Faz um sacrifício enorme para os ajudar, pelo menos no cumprimento da escolaridade obrigatória. Depois acabou, diz que não os chateará mais. Deposita esperanças no mais novo, uma criança prendada, a cumprir os primeiros anos de escolaridade, cooperante, fácil e animado.
Nem uma réstia de critica nesta conversa, apenas uma constatação resignada de quem se habituou a respeitar os filhos como são. Ela porém não se acomoda, não se deixa vencer pelas dores que lhe comem o corpo, nem pelas dificuldades de uma vida diária para gerir.

segunda-feira, 3 de março de 2014

à espera da primavera


alguns narcisos venceram as dificuldades e aí estão, no meu canteiro, pintando de amarelo a modorra deste inverno que se prolonga  há demasiado tempo.
as tulipas estão atrasadíssimas mas as frésias já começaram a florir. primeiro as brancas, as amarelas e as vermelhas que nos brindarão mais tarde, com a sua beleza.